O arcebispo Desmond Tutu, prêmio Nobel da Paz em 1984 por sua luta anti-apartheid, foi convidado a falar num seminário internacional em Johannesburg, o Discovery Invest Summit.
Mas ele se negou a aceitar, pois não queria participar num evento ao lado de Tony Blair, que fora também convidado.
Tutu declarou, através do seu escritório; “O tema do Discovery Invest Summit é a liderança. Moralidade e liderança são indivisíveis. Nesse contexto, seria inadequado para o arcebispo partilhar um pódio com o sr.Blair.”
O Arcebispo Tutu deu maiores explicações: retirou-se do evento porque ele acreditava que o antigo primeiro ministro havia apoiado a invasão do Iraque “com base em alegações não provadas da existência de armas de destruição em massa.”
Para mim, Blair é tão ou mais culpado do que Bush pelo ataque e ocupação do Iraque.
O presidente americano agiu de acordo com suas idéias imperialistas, mas Tony Blair, um social-democrata, não podia ignorar o crime que estava se cometendo.
No entanto, por razões não muito claras, ele traiu seus ideais.
Segundo John Le Carré, em “O Amigo Absoluto”, ele não era o poodle de Bush, como alguns diziam; era o cão pastor, pois dera respeitabilidade à invasão.