The Guardian: Bradley Manning, Personalidade do Ano.

Todos os anos, o The Guardian- um dos mais importantes jornais ingleses- elege a Personalidade do Ano, numa votação da qual participam  seus jornalistas e leitores.

Em 2012, quem ganhou foi Bradley Manning, o soldado americano que revelou as violências e hipocrisias do exército e da diplomacia americana no exterior. E que, depois de mantido preso por muitos meses em condições desumanas e ilegais, está sendo submetido à primeira fase de um julgamento, sob acusação de traição e desrespeito aos regulamentos militares.

Ele obteve nada menos do que 70% dos votos por sua bravura em tornar público fatos de grande interesse mundial e resistir aos sofrimentos na prisão, planejados para quebrá-lo psicologicamente.

A segunda mais votada, com 22% dos sufrágios, foi a menina Malala Yousafzar, a jovem paquistanesa, promotora da educação para meninas e que, por isso, foi alvejada na cabeça pelos talibãs. Para Lucy Lamble, do The Guardian, a bravura de Malala é incrível ao enfrentar algo que é um verdadeiro tabu numa sociedade retrógrada e violenta.

Em terceiro lugar, classificou-se o conjunto punk russo Pussy Riot, com suas integrantes condenadas à prisão por terem apresentado uma música de protesto na catedral de Moscou. Como seus eleitores ressaltaram, elas resistiram ao totalitarismo e pagaram um duro preço por isso.

Como se vê os ingleses deram o destaque maior àqueles que lutaram pelos direitos individuais – de informação, de educação e de expressão- contra um estado e uma sociedade que, em quase toda parte, procuram restringi-los em seu favor.

 

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