Novas declarações de Rouhani, presidente eleito do Irã, alimentam esperanças de que as coisas vão mudar bastante naquele país.
Veja o que ele disse em entrevista a uma revista de jovens: “A liberdade e o direito das pessoas tem sido ignoradas, mas aqueles dos dirigentes que agem assim, restringindo (o direito do povo) criticar, apenas produzirão repressão e ineficiência.”
Para um grupo de clérigos, sua mensagem foi : “não é possível atrair os jovens com uma visão rígida e uma televisão estatal que informa o nascimento de um urso Panda na China mas ignora protestos de trabalhadores não pagos.”
Ele prometeu relaxar a censura e as restrições na internet, para restaurar a confiança mútua entre os civis e o clero.
“Um governo forte”, afirmou Rouhani,”não é um governo que interfere e intervém em todas as questões e que limita a vida das pessoas.”
Tudo isso é um claro recado às forças do establishment.
Talvez um desafio, uma forma de marcar posição diante dos grupos conservadores, ainda atordoados pela vitória eleitoral do novo presidente.
O governo Obama deve ter percebido o que está acontecendo no Irã pois decidiu aproveitar a oportunidade para buscar um entendimento.
O departamento de Estado confirmou a notícia de que a Casa Branca estava propondo reuniões bilaterais com Teerã, com o objetivo de discutir a questão nuclear.
Mas, como continua acreditando no poder da violência, o governo americano também anunciou novas sanções: a o proibição da importação de carvão, bauxita e praticamente de tudo feito com metais no Irã.
Claro, isso só contribui para irritar os iranianos.
Não vou dizer que os resultados das reuniões bilaterais ficarão comprometidos.
Mas agressões prévias me parecem um recurso pouco eficiente para se criar um clima de boa vontade.