Nos EUA, há quem ache absurdo o país mandar tanta ajuda militar a Israel.
São 3 bilhões de dólares anuais, nenhum outro país do mundo recebe tanto. O Egito que vem em segundo leva só metade.
A pergunta que não quer calar é: “Por que tanto dinheiro para fortalecer um dos exércitos mais fortes do mundo”?
A explicaçâo do lobby israelense é para que a pequena nação possa se defender do Hamas e do Hisbolá.
Na verdade, as coisas estão invertidas.
Quem mais precisa de armas são os dois movimentos revolucionários para poder defender-se de Israel, que já invadiu Gaza (governada pelo Hamas) três vezes e o Libano (onde o Hisbolá faz parte do governo) outras tantas.
Agora, o governo de Telaviv encontrou outro motivo, não para continuar recebendo os 3 bilhões de dólares, mas para aumentar essa cifra para 5 ou 6 bilhões durante 10 anos.
Diante do acordo nuclear com Irã, dizem os homens de Netanyahu, o governo de Teerã poderá produzir armas atômicas e tornar-se um tremendo inimigo de Israel.Precisamos de mais armamentos americanos pois ,do contrário, como o ex-presidente Ahmadinejad prometeu, eles irão tentar nos riscar do mapa.
Esse raciocínio é algo furado.
O Irã tem um governo pacífico e moderado, diferente de Ahmadinaejad – que, por sinal, cansou-se de explicar que não queria destruir Israel (pelo próprio povo de lá) mas apenas seu regime sionista.
O acordo nuclear impede que o novo presidente iraniano possa fabricar armas nucleares.
E se o fizesse, logo que a primeira saísse do forno teria de se haver com as 200 que Israel já tem em estoque.
Mesmo assim, talvez temendo represálias do sempre perigoso Netanyahu e seu bloco de representantes no Senado, na Câmara dos Representantes e na imprensa, Obama topou aumentar a verba anual de armas.
Mas, não exageremos, 1 bilhão a mais já seria ótimo.
A proposta foi mal recebida por Telaviv.
Obama mandou o vice, Biden, convencer a tropa de Netanyahu.
Nada feito, os israelenses continuaram duros, não baixaram um dólar nas suas pretensões.
Afinal, raciocinam eles, daqui a 7 meses teremos eleições nos EUA e todos os candidatos com chance morrem de amores por Israel. E serão capazes de abrir a carteira para nossas forças armadas se servirem à vontade.
Quem não gostará nada dessa liberalidade virtual será o povo americano.
Pesquisa do Google em março mostra que 61,5% já acham excessiva a ajuda atual. Exatamente: “mais do que demais”,para 32,4%, e “demais´”, para 29,4%.
Em julho de 2015, em outra pesquisa 67,8% simplesmente se opunham a que os EUA compensassem Israel pela celebração do acordo nuclear com o Irã.
Os ventos estão mudando de direção.
Como os políticos americanos não são lá muito sensíveis, ainda não perceberam.