A Primavera Árabe chegou no Kuwait e, forçado por intensos protestos, o Primeiro Ministro Mohammad al-Ahmad Al-Sabah renunciou.
As novas eleições marcadas para esta quinta-feira serão pela primeira vez monitoradas por observadores internacionais.
O Kuwait é uma monarquia constitucional na qual o Primeiro Ministro, sempre um Emir da família real Al Sabah, tem o poder de dissolver o Parlamento quando quiser. 16 dos seus ministros podem integrar o Parlamento, com as mesmas atribuições dos candidatos eleitos.
A figura do Emir é inviolável. Ele não pode ser criticado, caso isso aconteça, o autor é punido com pena de prisão.
Segundo as pesquisas, a Oposição deve vencer, elegendo entre 26 e 33 dos 50 membros do Parlamento. Ela forma um bloco integrado por políticos islâmicos, nacionalistas, liberais e independentes. O mais poderoso é o partido dos islâmicos que deverá eleger de 15 a 19 candidatos e liderar a Oposição.
Prováveis vencedores, os oposicionistas já declararam que vão exigir reformas democráticas na Constituição, que reduzirão sensivelmente os poderes do Emir e da família Al-Sabah.
Além das reformas, pretendem realizar um plano de desenvolvimento, utilizando as riquíssimas receitas do petróleo e combater a corrupção.
Não é certo que o governo aceite facilmente as propostas oposicionistas. Provavelmente, resistirá a cada uma delas. Talvez seja apoiado pelos EUA, do qual tem sido fiel aliado, que não devem ver com bons olhos mais um país do Oriente Médio em mãos islâmicas.