A comunidade internacional anda encantada com Cuba.
A ilha está se destacando no combate ao Ebola.
Foi quem enviou mais médicos e enfermeiras para os países onde se concentra a epidemia: nada menos do que 465.
Até John Kerry, secretário de Estado dos EUA, que sempre rosnou para o governo Raul Castro, desta vez não deixou de aplaudir sua vizinha malquista.
Foi imitado pelo Irã, em nome dos 120 países do bloco dos não-alinhados; pela Bolívia, em nome de um grupo de 77 nações em desenvolvimento, mais a China; pela Índia; México e várias nações da Europa.
Agora, mais uma ação muito elogiada: a próxima abertura de uma igreja católica, pela primeira vez em 55 anos de comunismo.
Será construída na cidade de Sandino, com financiamento de cubanos da Florida.
O catolicismo não sofreu exatamente uma perseguição por parte do governo.
Mas um militante do Partido Comunista não poderia ser católico.
O país era oficialmente ateu.
A prática da religião sofria certas restrições.
Nenhum cidadão tinha muita chance de se dar muito bem na vida sendo católico apostólico romano.
Depois da visita do papa João Paulo II, a situação religiosa começou a melhorar.
Foi cancelada a proibição dos membros do partido de serem fiéis do catolicismo.
Agora, um cidadão cubano pode ser bom comunista e bom católico.
O Natal voltou a ser considerado feriado.
Missas e sermões religiosos passaram a ser divulgados através da mídia oficial.
Com ações como o envio de centenas de médicos para auxiliar a combater o Ebola e a liberalização do catolicismo no país, Cuba ganha muitos pontos na opinião pública mundial.
Vai ser difícil para os EUA encontrarem argumentos que justifiquem o bloqueio quando ele for discutido na assembléia da ONU, no ano que vem.