O governo de Israel acha que não.
Em relatório apresentado na conferência dos doadores à Palestina, em Buxelas, ele afirma que a economia da Palestina é muito fraca para atender às necessidades de um estado independente.
A economia é instável em demasia, sendo o setor estatal e os projetos de construção dependentes do investimento estrangeiro. O estado usa mal seus recursos para implantar uma infra estrutura econômica básica. E o gerenciamento da economia pela Autoridade Palestina é extremamente deficiente, exigindo amplas reformas.
Isso apesar das numerosas medidas israelenses de ajuda.
O relatório não conta o que Israel já fez para inviabilizar a economia palestina.
Não se refere aos numerosos check –points militares, nas estradas e entradas de cidades, que, sem motivo explicado, bloqueiam a passagem de veículos (inclusive caminhões transportando cargas) por horas, dias, até semanas; à repartição discriminada da água, que vai quase toda para os assentamentos judaicos ; aos assassinatos seletivos, que paralisam, por vezes, indústrias e escolas; à sistemática destruição de oliveiras pelos colonos israelenses; aos problemas causados pelo muro de Sharon, que dividiu cidades, fazendas e até casas; ao bloqueio de Gaza que impede a exportação de seus produtos e importação de equipamentos para a indústria; à guerra de Gaza, que deixou a cidade em ruínas, e aos sistemáticos bombardeios, em “retaliação”, que destroem fábricas, casas de comércio e pontes.
Sim, a economia da Palestina é muito pobre, e continuará assim do que depender de Israel.
Mas outros países em situações ainda mais difíceis, como o Sudão Sul, a Eritréia e Burundi tiveram sua independência aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU.
Na verdade, se Israel preocupa-se com o desenvolvimento da Palestina, sua melhor contribuição seria sair da região, apoiando seu desejo de independência.