Os americanos querem cooperação com o Irã.

Esse ISIL – agora Estado Islâmico- não é brincadeira.

Eles já abocanharam um bom pedaço do Irã e do nordeste da Síria.

Se conseguirem firmar seu califado, não continuarão apenas avançando contra o que sobra do Iraque.

E mais: ganhando pontos como campeão dos sunitas contra os EUA e países xiitas, vão atrair levas de jovens, desanimados com os movimentos de libertação existentes.

Aí, os países vizinhos, Irã, Líbano, Jordânia, Qatar e Arábia Saudita ficarão a perigo.

Enquanto isso, os EUA e o Ocidente poderão contar

com uma multiplicação de atentados, partidos do califado.

O governo americano deve ter percebido isso.

John Kerry chegou a afirmar que aceitava ajuda de qualquer parte para liquidar esses novos terroristas.

O Irá, por sua vez, deu claros sinais de que toparia cooperar com os americanos nessa missão de salvação.

Mas, nada aconteceu.

A idéia de uma frente única EUA-Irã parece assustar o presidente Obama.

Como sempre, ele teme enfrentar o primeiro-ministro Netanyahu, com seus aliados do Congresso, e o Pentágono, que parece refratário à idéia de transformar o inimigo de tantos anos num aliado, ainda que circunstancial.

Não é assim que pensa o povo americano. Em pesquisa da Escola de Políticas Públicas da Universidade de Maryland e do Programa de Consultas ao Público, 61% contra 35% disseram-se favoráveis à cooperação com o Irã contra o ISIL.

Realizada entre 28 de junho e 7 de julho, esta pesquisa mostrou uma rápida e crescente valorização da idéia.

No começo de junho, conforme pesquisa do New York Times/CBS, só 53% defendiam a colaboração.

E em data anterior, uma pesquisa da Universidade de Quinnipiac mostrava um número ainda inferior: 35%.

Esta demonstração de realismo do povo está sendo compartilhada por grandes empresários dos Estados Unidos.

Eles estão aproveitando o alívio das sanções contra o Irã para expandir seus negócios.

A World Eco Energy assinou um acordo preliminar para investir 1,175 bilhão de dólares na geração de eletricidade no Irã. Firmas locais deverão se associar ao projeto, com um investimento de igual valor.

Espera-se que serão criados 650 empregos, imediatamente, e mais2.000 nos próximos dois a três anos.

Por sua vez, o Tesouro dos EUA acaba de conceder à Boeing e à GE licença para vender partes da estrutura de aviões para a aviação comercial iraniana.

Muitos dos jatos do país já ultrapassaram o tempo de serviço recomendado.

Em conseqüência das sanções que impediram até agora as substituições necessárias, aconteceram  nos últimos20 anos cerca de 200 acidentes, com a morte de mais de 2.000 pessoas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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