O Irã é o país com a maior população judaica no Oriente Médio, depois de Israel.
São cerca de 25 mil pessoas.
Com a revolução de 1979, que derrubou o xá, as coisas começaram a ficar pretas para eles.
Mas o líder máximo do país, o aiatolá Komeini, deu um basta nisso: decretou que os judeus deveriam ser protegidos como uma minoria religiosa.
E logo eles receberam igualdade de direitos.
Com o acirramento da rivalidade entre o Irã e Israel, foi surgindo um clima de hostilidade, refletido em discursos anti-semitas através da imprensa.
Mesmo assim a situação estava longe de ser grave.
Até o radical presidente Ahmadinejad chegou a doar ao principal hospital judaico uma grande verba para evitar que fechasse.
Com o moderado presidente Rouhani, tudo melhorou. E bastante.
“O governo presta atenção a nossas queixas e pedidos. O fato de sermos consultados é um importante passo à frente”, declarou Homayoun Samiah, líder da Associação Judaica de Teerã.
De fato, Rouhani tem atendido aos judeus.
Seu governo passou a permitir que as escolas judaicas fechassem no sábado, o Shabat, dia do descanso da religião.
Ajudou o hospital judeu de Teerã, com 400 milhões de dólares.
E convidou um deputado judaico a acompanhá-lo na sua viagem a Nova Iorque para participar de reunião da ONU, no ano passado.
Recentemente, os judeus iranianos promoveram uma peregrinação a Yazd, à tumba de famosa personalidade da comunidade, que contou com mais de 1.000 pessoas.
Um dos peregrinos, Mahvash Kohan, declarou : “ (Antes) nós sentíamos pressão. Agora, não temos mais preocupações. Nós nos reunimos aqui para rezar e celebrar nosso judaísmo. Temos orgulho de poder praticar livremente nossa religião.”
No passado, Israel oferecia incentivos – como casa própria – para que judeus iranianos emigrassem para a terra dos seus antepassados.
Muitos toparam.
Mas a situação mudou.
Diz Mahvash : “Judeus iranianos tem melhores condições de vida e de trabalho no Irã. Portanto, ninguém mais está a fim de ir embora agora.”
Apesar desses progressos, as organizações de direitos humanos informam que os judeus e outras minorias religiosas ainda enfrentam algumas formas de discriminação.
A televisão estatal, vez por outra, excede-se nas críticas a Israel, chegando a beirar o anti-semitismo.