Islamofobia dos republicanos.

Uma das conseqüências do atentado de Paris é o crescimento inevitável da islamofobia no Ocidente.

Os chefões do Estado Islâmico contam com isso.

Sabem que o aumento da discriminação contra os árabes vai fortalecer suas tropas com o alistamento de muitos jovens islâmicos, que se sentirão perseguidos e convictos do ódio e desprezo que o mundo cristão lhes dedica.

Por sua vez, a direita em todo o Ocidente vê no atentado munição para seus ataques racistas, com chance de atingir favoravelmente a opinião pública e lhes trazer mais prestígio e mais votos.

De modo oportunista, grupos direitistas estão acusando os autores do atentado de estarem entre os centenas de milhares de refugiados que entraram na Europa, fugindo dos horrores das guerras no Oriente Médio.

Este lance carregado de islamofobia partiu também do Partido Republicano dos EUA.

Nada menos do que 24 governadores dele declararam que bloquearão a entrada em seus estados de refugiados sírios já aceitos pelo governo federal, “pelo bem da segurança nacional.”

Várias rádios e TVs americanas anunciaram e comentaram largamente o feito.

Raras informaram que todos os criminosos de Paris identificados eram belgas ou franceses residentes nos seus países de nascimento. Nenhum chegara recentemente com os refugiados.

Sem contar que as intenções dos governantes republicanas não tem qualquer base legal, conforme garantiram os especialistas na matéria.

Surfando na onda da islamofobia, os pré-candidatos republicanos à presidência dos EUA, Jeb Bush (irmão de George W.Bush) e Ted Cruz propuseram que somente os refugiados cristãos fossem admitidos na terra de Tio Sam pois nenhum deles, por razões óbvias, poderia ser membro do Estado Islâmico.

O presidente Obama não deixou passar em branco, criticou severamente a iniciativa do duo republicano, caracterizando-a como “vergonhosa.”

Não deixa de ser, mas surpreendente não é no “novo” Partido Republicano, tomado pelas facções mais estreitas e radicais depois do fim do governo de George Bush (não confundir com o filho, ao contrário do pai, adepto da nova linha neo-conservadora).

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