O Parlamento da Grécia precisa aprovar novo pacote de sacrifícios para conseguir mais 40 bilhões de socorro da Europa.
Como a população está novamente revoltada, o governo procura evitar que a imprensa ponha mais lenha na fogueira, perseguindo jornalistas que não querem colaborar.
Nesta semana, foi preso Spiros Karatzenis, depois de ameaçar apresentar pela TV provas de que o déficit grego, que forçou o país a pedir ajuda financeira aos poderes europeus, era fraudulento.
Pouco antes, um outro jornalista investigativo grego, Kostas Vaxevanis também foi detido e está sendo processado por ter publicado uma lista de 2.050 gregos com contas em filiais suíças do banco HSBC.
O motivo alegado foi violação das leis de privacidade dos documentos.
Se condenado, Kostas terá de pagar 38 mil dólares e pegar 1 ano de cadeia.
Comentando esse fato, o jornalista freelance Einini Zarkados declarou ao jornal online Russia Today : “Muitas pessoas andam dizendo que o ministro das finanças é que deveria ser processado, não o jornalista que revelou a verdade.”
Mais dois jornalistas – Marilena Katsimi e Costas Arvanitis – já haviam sofrido o peso do braço estatal.
Foram suspensos, proibidos de praticar sua profissão, indefinidamente , depois de terem criticado o Ministro direitista do Interior, Nikos Dendias.
Todas estas ações governamentais não passaram em branco.
Por toda a Grécia, uma sucessão de greves e manifestações de jornalistas vem acontecendo para condenar a censura imposta pelo Governo.
Sente-se que o governo procura manipular a mídia. As prisões e processos seriam uma mensagem enviada aos jornalistas, intimando-os a parar de criticar as autoridades.
Ou sofrer as conseqüências.