As últimas pesquisas , promovidas pelos jornais Haaretz e Yedioth Ahronoth, mostraram que os partidos de direita devem ganhar a maioria no Parlamento de Israel.
A previsão é que elejam 63, num total de 120 depuados.
A coligação Likud- Beitenu, dos partidos do governo, provavelmente, perderá 10 deputados em relação ao total que elegeram quando concorreram separadamente, em 2009.
Para Netanyahu poder governar sem grandes problemas terá de contar com o apoio de partidos de extrema direita e religiosos, como o Bayit Yehudi e o Shas.
Agradando esses partidos, ele aprovou recentemente uma série de assentamentos ilegais e priorizou na campanha temas como o aceleramento da criação de novos assentamentos; linha dura diante dos iranianos e palestinos e expulsão dos migrantes africanos.
Em suma: tudo muito coerente como que ele tem feito.
O primeiro-ministro israelense sabe que sofrerá novas e fortes pressões internacionais contra seu trato da questão palestina mas reafirmou que vai resistir.
Em seu discurso, no último comício da campanha, ele encheu os pulmões e declarou: “Nós não fazemos concessões. Nosso passado mostra que jamais desmontamos um único assentamento, nós os tornamos mais fortes.”
Nesse momento, ele estava pensando nos seus prováveis aliados ultra- direitistas, não nos principais interesses do povo de Israel.
Em pesquisa do Haaretz no fim da semana passada, 47% dos entrevistados afirmaram que privilegiam questões econômicas e sociais. Apenas 18% citaram os problemas causados pelo programa nuclear iraniano e 10%, as negociações com os palestinos.
Nas eleições de 22 de janeiro, a oposição de esquerda e de centro tem remotas esperanças de vencer. Todas as suas fichas estão postas nos 15% que ainda estão indecisos e no voto árabe.
Os observadores acham que, desiludidos com a possibilidade de conseguir direitos iguais aos dos judeus, os árabes israelenses vão se abster de votar em massa.
Espera-se que mais da metade fique fora das urnas.
A esquerda, especialmente, está fazendo muita força para convencer esse segmento de que vale à pena mais uma tentativa.
Afinal, se a grande maioria dos árabes de Israel votar e boa parte dos 15% indecisos fechar com a oposição, a direita poderá ser derrotada.
E Netanyahu terá que ir pra casa.
Na verdade, poucos, pouquíssimos acreditam nisso.
Em Israel, quase todos os observadores acham que a vitória da oposição israelense não passa de um sonho.
E , como diz poema do espanhol Calderon de la Barca: “La vida es sueño e los sueños, sueños son.”