Surpresa! Os EUA ameaçam Israel.

Acredite se quiser: os EUA estão ameaçando Israel.

E, outra surpresa, defendendo direitos humanos de palestinos.

Diplomatas americanos do Consulado em Jerusalém Oriental avisaram a Administração Civil da Cisjordânia ocupada que se insistir em destruir o vilarejo de Susya estaria “ultrapassando a linha vermelha”. O que provocaria uma grande reação internacional.

Em l986, o exército de Israel declarou que em Susya seria construído um parque. E, sem mais conversas, expulsou todos os palestinos moradores do vilarejo, demolindo suas casas.

De lá para cá, os israelenses não fizeram nada e os habitantes voltaram e reconstruíram as casas que tinham sido demolidas.

Novamente, os militares israelenses os puseram para fora, pondo abaixo as construções recém-erguidas.

Nos anos seguintes, os palestinos voltaram a reconstruir e os militares a demolir mais quatro vezes.

A última reconstrução foi em 2001, quando uma corte de justiça, alegando que os moradores não tinham permissão para construírem, ordenou s a demolição dos seus lares.

Eles trataram de pedir essa permissão rapidamente, o que foi negado, como acontece quase sempre em casos semelhantes.

Embora posteriormente o Supremo Tribunal tenha autorizado os habitantes de Susya a permanecerem em suas casas, eles não se sentem seguros pois a Administração Civil continua negando a permissão. Os moradores sabem que não seria a primeira vez que os militares israelenses ignorariam decisões da justiça na Palestina ocupada.

Em defesa dos habitantes de Susya, os EUA, desta vez, foram além das habituais demonstrações de “preocupação”: ameaçaram Israel de “severas reações americanas”.

A União Europeia e o Reino Unido fizeram o mesmo.

Parece que Israel sentiu que a parada poderia ser dura.

E admitiu fazer concessões.

A Administração da Palestina ocupada aceitou negociar com o povo de Susya os termos pelos quais a permissão seria concedida.

No começo deste ano, a questão parecia começar a ser bem encaminhada.

Foi quando, em maio, o ultra linha-dura   Avigdor Lieberman tomou posse como ministro da Defesa.

Pouco tempo depois, ele ordenou o fim das negociações, sem maiores explicações.

Enquanto o governo de Israel medita se vale a pena comprar briga com os EUA e a União Europeia, os habitantes de Susya esperam apreensivos.

O destino de uma pequena comunidade perdida na Cisjordânia pode ter um significado bem maior do que o desfecho desse drama.

Se o governo de Telavive ceder, será a primeira vez que pressões públicas ocidentais o fazem voltar atrás.

 

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