Soldados disfarçados matavam em Belfast.

Nos últimos 30 anos do século passado, as forças do governo inglês enfrentaram uma autêntica sublevação na Irlanda do Norte.

Denúncias de crimes contra os rebeldes irlandeses, praticados nesse período, com autoria ou cumplicidade inglesa, vem chocando o Reino Unido.

Foram  os casos do assassinato por paramilitares do advogado de direitos humanos Pat Finucane; dos soldados que atiraram para matar numa passeata pacífica, no “Domingo Sangrento de Kerry” e dos policiais e soldados co-autores da execução de 120 rebeldes.

John Larkin, procurador – geral da Irlanda do Norte, quis empurrar a sujeira para debaixo do tapete, pedindo o fim de todos os processos contra os crimes anteriores  ao acordo de paz na região, em 1998.

No meio dos protestos que surgiram, mais um crime foi denunciado.

No programa de TV, “Panorama”, da BBC, 3 ex-soldados fizeram espantosas revelações, sob condição de anonimato.

Há 40 anos, foi criada uma unidade secreta, a “Força de Reação Militar” (MRF), formada por 40 soldados escolhidos a dedo no exército inglês.

Vestindo roupas civis, disfarçados como encarregados de serviços de limpeza para o Conselho de Belfast, eles percorreram a cidade, durante 18 meses.

Seu verdadeiro trabalho era matar suspeitos de pertencerem ao IRA (movimento terrorista rebelde).

Em 1972, houve 10.600 tiroteios na Irlanda do Norte.

Não se sabe de quantos deles o MRF participou porque seus registros foram destruídos.

Os 3 soldados entrevistados pela BBC admitiram que alvejaram e mataram civis desarmados, mas se negaram a informar quais membros do MRF estiveram envolvidos em ataques específicos.

 

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