Sementes do fascismo em Israel.

Sob ameaça de um voto de desconfiança, Netanyahu procurou o líder da oposição, Herzog para entrar no seu governo, trazendo os votos do seu partido, o Labor (Partido Trabalhista).

As negociações avançaram apear dos protestos de muitos correligionários, indinados por um apoio do seu partido, um social-democrata, à coligação direitista no poder.

O líder do Labor justificou-se dizendo que sua presença no ministério faria o governo pender para uma posição centrista, mais aceitável.

Na hora de bater o martelo, Netanyahu foi para o outro extremo, convidando o ultra-direitista Avigdor Lieberman em lugar do cenro-esquerdista Herzog.

Com isso, garantiu uma maioria mais confortável no Knesset, passando de 61 a 67 votos num total de 120 parlamentares.

Lieberman fez uma série de exigências.

A que produziu maior ruído foi a de tomar o lugar do moderado Yalon no ministério da Defesa.

Justamente num momento em que o comando das fôrças de Israel está em conflito com o governo, reclamando contra a política excessivamente violenta na repressão dos ataques contra israelenses, inclusive com execuções extrajudiciais.

A atuação do linha-duríssima Lieberman pode criar mais tensões entre ele e os militares.

E piores entre o novo titular da Defesa e os palestinos de Gaza e da Cisjordãnia.

O general Arens, que foi ministro do Exterior e ministro da Defesa escreveu no jornal Haaretz: “A demissão de Yalon (que apoiava os militares) é provavelmente um ponto de inflexão na história política de Israel. Um terremoto político está em gestação. Pode levar algum tempo, mas está vindo. Conseqûencias imprevisíveis se afiguram”.

Outra manifestação séria partiu de Ehud Barak, ex-primeiro ministro.

Ele declarou ao Canal 10: “O que aconteceu foi uma assunção do poder no goveno de Israel por elementos perigosos. Israel está sendo infectada pelas sementes do fascismo”.

Por fim, Ron Daniel, um dos mais aplaudidos comentaristas que apoiam o governo, declarou-se assustado com Lieberman “Eu não posso dizer a meus filhos que fiquem aqui, porque não é um lugar onde seja bom estar”.

Todos estes receios se explicam: Lieberman é um dos mais ardorosos defensores da expansão dos assentamentos.. Vê com desconfiança as negociações de paz na Palestina. É duro, para não dizer violento, com os palestinos.

Trocar Herzog e Yalon por Lieberman é uma opção pela guerra.

 

 

 

 

 

 

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