As facadas de árabes em judeus e a repressão violenta do exército israelense aumentaram muito o ódio entre as duas comunidades.
Evidentemente, é dever do governo de Telaviv impedir e reprimir os atentados, embora seus soldados, ao agirem, tem obrigação de poupar inocentes. Coisa que muitos deles não fazem.
Inquirido a respeito das orientações que os militares recebem, o Tenente-General Gadi Eisenkot, chefe do Estado-maior do exército, declarou :”As forças de Israel não se expressam com slogans como ‘se alguém vem matá-lo, mate-o antes’. Eu não quero que um soldado diante de uma jovem com uma tesoura atire primeiro para perguntar depois.”
Foi um escândalo nos meios de ultra-direita, inclusive no Likud, o partido de Netanyahu.
E o general recebeu críticas amargas de notabilidades desses grupos.
Até aí, nada demais.
A linha dura israelense ignora direitos humanos.
O que surpreendeu foi a manifestação do rabino-mor sefardita Yitzhak Yosef.
Em um sermão, este senhor estimulou os soldados a ignorar as ordens do general Eisenkot e mesmo as resoluções dos tribunais, limitando-se a matar qualquer palestino que aparecesse portando armas.
Alegou que se tratava de um imperativo religioso, o qual todos os judeus deveriam respeitar.
E que não deveriam se preocupar com as leis da Suprema Corte e de outras autoridades.
O importante é que o assassinato de inimigos teria um efeito dissuasor nas iniciativas agressivas palestinas..
O venerando rabino apoiou-se no Velho Testamento, mais exatamente numa passagem de um dos seus livros, o Deuteronômio, em que se prega o extermínio dos amalecitas, inimigos dos judeus nos tempos bíblicos.
Yosef admitiu que não havia provas de que os palestinos mal comportados seriam os amalecitas modernos (como não há provas de que esses amalecitas jamais existiram).
Por via das dúvidas, esses palestinos suspeitos deveriam ser colocados na prisão por toda a vida.
Ou até que o Messias chegasse ao mundo, quando então seria revelado quem era amalecita.
“Então, poderemos matá-lo”, completou o piedoso pregador.
Felizmente as opiniões deste cidadão não são compartilhadas pela maioria dos rabinos locais.