Ao anunciar o projeto de desenvolvimento do seu governo, o Presidente Putin reportou-se ao que foi executado por Stalin na União Soviética, falando em “um salto à frente”, a mesma expressão usada pelo ditador: “Devemos desenvolver o mesmo poderoso e abrangente salto à frente na modernização da indústria de defesa que foi desenvolvida nos anos 30”.
Apesar de responsável pelo morticínio de 6 milhões de pessoas, Stalin ainda é reverenciado por muitos russos por ter ganho a guerra e transformado um país agrícola atrasado numa das maiores potências industriais do mundo.
Putin admite que a indústria russa está sucateada devido ao processo de desestatização ruinoso realizado no governo Yeltsin, no qual as empresas do governo foram vendidas a preço de banana; em geral, a partidários do presidente.
Putin colocou a indústria da defesa como o carro-chefe do novo processo desenvolvimentista.
Ele planeja aplicar 680 bilhões de dólares nos próximos 8 anos, sendo que a maioria desses recursos serão destinados à modernização das 1.350 fábricas de armamentos, que empregam cerca de 2 milhões de trabalhadores.
Putin considera que este setor fará encomendas a indústrias de todos os tipos, tirando a economia da estagnação.
Prometeu que a iniciativa privada será chamada a participar dessa renovação econômica.
Para alguns críticos, a indústria de armamentos foi mal escolhida, pois seria excessivamente retrógrada e corrupta para receber tanto dinheiro.
São lembrados recentes fracassos como quedas de satélites espaciais e testes falhos de lançamentos de novos mísseis intercontinentais.
Os defensores dos planos de Putin lembram que seu chefe é bastante duro e exigente. Não se espera que ele mande executar dirigentes incompetentes ou desonestos, como Stalin fazia.
Provavelmente se contentará com demissões e processos-crime. Deverão ser pra valer pois Putin está fortemente empenhado em fazer seus planos de desenvolvimento darem certo.