“Ficou claro que indivíduos armados, as chamadas Forças Especiais (americanas) estacionadas na província de Wardak, envolveram-se em maus tratos, molestamentos, torturas e mesmo assassinatos de pessoas inocentes.”
Quem fez essa declaração foi o próprio presidente Karsai do Afeganistão, aliado dos EUA.
Ele não ficou nas palavras, ordenou que as forças especiais americanas abandonassem Wardak.
A decisão do presidente baseou-se numa investigação de meses de queixas da população da província, apoiadas por ONGs de direitos humanos.
Só foi tomada depois de Karsai levar a questão à NATO e aos EUA, que preferiram subir no muro, alegando não saber de nada.
Um porta voz da NATO chegou a insinuar que as acusações de tortura só poderiam ter se referido a parte das forças afegãs, sobre as quais, aliás, não dispunham de informações.
Não é bem verdade.
Relata Mathew Rosemberg, no New York Times de 24 de fevereiro, que as forças americanas e a CIA tem organizado e treinado milícias clandestinas, sem conhecimento do governo afegão.
A CIA, inclusive, foi pega fazendo pagamentos anuais durante anos a Ahmed, suspeito de tráfico de drogas e irmão do presidente, no recrutamento de paramilitares, para operarem sob direção da agência de espionagem na província de Kandahar.
E eles estão botando pra quebrar, fazendo os civis locais sofrerem muito mais do que às mãos dos fanáticos talibãs.
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