Hagel começou bem.

“Nós não podemos ditar ao mundo, mas devemos nos envolver com o mundo.”

Parece pouco, mas é muito.

No seu primeiro discurso como Secretário da Defesa, Hagel contestou um princípio básico da política externa americana.

Historicamente, Tio Sam já interviu num sem número de países, impondo seus interesses.

Para justificar esse comportamento, desde a infância vende-se aos americanos a ideia de que os EUA é “um povo especial, destinado a liderar o mundo para a democracia e a liberdade” (Gordon Woods, “O excepcionalismo americano”).

Portanto, tudo bem quando vários governos dos States apoiam golpes militares e ditadores cruéis na América Latina e no Oriente Médio.

Absolutamente normal que Tio Sam interfira nos negócios internos de outros países, indicando os rumos que seus governantes devem seguir.

Como disse Rick Perry, governador do Texas ;”Nós (os americanos) somos o povo mais excepcional da Terra.” Ergo: sabemos o que é bom para os outros e só cabe aos outros obedecer.

De repente, vem o Secretário da Defesa da “land of the braves” e ousa dizer que os EUA não podem mandar no mundo…

Teria apenas de se envolver com os problemas internacionais, e junto com os demais países, buscar soluções.

Se as palavras de Hagel forem mesmo pra valer, terá implicações profundas na política externa do seu país.

 

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