A diplomacia russa pretende apresentar ao Conselho de Segurança da ONU um novo plano de paz para a Síria baseado em idéias negociadas em Genebra.
Mas Hillary Clinton já colocou obstáculos. Afirmou não aceitar uma resolução que não imponha conseqüências caso o regime sírio descumpra o que for decidido.
Isso, por sua vez, os russos não topam.
Lembram das “conseqüências” votadas na resolução sobre a Líbia que acabaram implicando na intervenção armada estrangeira.
E temem que os EUA e a Europa acabem aproveitando a previsão de “conseqüências” para repetir o episódio líbio.
De qualquer maneira, os EUA já deixaram claro que sem renúncia de Assad não tem acordo de paz.
Enquanto a situação na Síria continua grave, surgem fatos novos que abrem, senão perspectivas de solução, pelo menos esperanças.
De acordo com Bogdanov, vice-Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Assad declarou que deixaria o poder numa boa, caso o povo preferisse colocar outro em seu lugar.
Isso significaria que ele aceita eleições livres, talvez sob controle da ONU.
É verdade que Bogdanov não se mostrou muito seguro: ”O próprio Assad me disse. Mas, não sei o quanto sincero ele é.”
Ninguém pode saber, mesmo.
Na dúvida, representantes do Egito, Irã, Arábia Saudita e Turquia reúnem-se no Cairo, convocados pelo Presidente Morsi, em busca de uma saída para a crise.
Compõem um grupo escolhido de forma muito adequada.
Os rebeldes dependem do apoio da Turquia e da Arábia Saudita.
Por sua vez, o governo Assad precisa muito da ajuda iraniana.
Ninguém melhor do que esses países terão força para influenciar as partes em guerra a se sentarem à mesa de negociações.
E se portarem com racionalidade.