Pastores e lobos.

Para o Partido Republicano, a Reforma da Saúde do presidente Obama é uma inqualificável intervenção estatal na vida privada dos americanos.

Tentaram forçar o governo a adiar sua aplicação, ameaçando negar a extensão do endividamento público, o que levaria o país à bancarrota.

Como se sabe, perderam.

Mas não desistiram.

Como parte de sua estratégia nada saudável, governos estaduais republicanos recusam-se a aceitar subsídios do governo federal para os pobres poderem pagar planos de saúde.

Analisando o caso, a rede CNN descobriu que a maioria das pessoas nessa situação vivem na região de 14 estados do Sul, da Carolina do Norte ao Texas e à Florida, que formam o chamado “cinturão bíblico”.

Lá a influência das igrejas batistas e evangélicas é particularmente grande.

A CNN ficou surpresa porque nem um só dos influentes pastores do “cinturão bíblico” condenou esta postura republicana que deixa sem proteção a saúde de milhões de homens, mulheres e crianças sem recursos.

Procurou então inquirir os principais pastores sobre a razão porque nenhum deles tomava a defesa das suas ovelhas mais necessitadas.

Quase todos negaram-se a responder.

Ficaram em silêncio pastores como Joel Osteen, ministro da maior congregação do país e o bispo T.D. Jakes, ambos com mega- igrejas no Texas, do governador Perry que defende a solução do déficit público pela taxação dos pobres; Max Lucado, o mais bem sucedido autor de best-sellers religiosos e Charles Stanley, da Geórgia, cujos  In Touch Ministries alcançam milhões em todo o globo.

Somente o reverendo Phil Wages, da Primeira Igreja Batista de Winterville, Georgia, explicou sua postura ausente.

Ele não aceita a Reforma da Saúde por razões teológicas.

Segundo Wages a Bíblia ensina que cabe à igreja cuidar dos órfãos, viúvas e doentes.

Não ao governo.

Portanto, é errado que, através dos impostos, o governo tire dinheiro das pessoas para usá-lo na garantia da saúde dos pobres.

Com pastores assim, as ovelhas não precisam de lobos.

 

 

 

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