Joe Biden fez esta dura acusação em discurso no Saban Forum, da Brooking Institution, em 6 de dezembro. Deu no Haaretz, respeitado jornal israelense, que o texto desse discurso foi cuidadosamente preparado na Casa Branca, sob os olhos do presidente Obama.
Mas isto está longe de significar que “as relações fraternais” – melhor dizendo de pai pra filho – com Telaviv vão mudar.
De fato, Biden pediu que Israel parasse de demolir casas das famílias dos terroristas. Afinal trata-se de “punição coletiva”, que a Convenção de Genebra considera crime de guerra.
Criticou também a expansão dos assentamentos judeus na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, que também violam as leis internacionais.
E completou apelando para que o governo de Telaviv fizesse mais para impedir os judeus radicais de atacarem civis palestinos.
Logo Biden se explicou.
Alto aí, não estamos contra Israel, mas sim num “desacordo tático” que “pode ser honestamente discutido entre amigos.”
Para esclarecer ainda melhor o que Biden pretendia significar, Josh Earnest, porta voz da presidência americana disse: “Nós acreditamos que aquelas ações (de Israel) são contraproducentes, que não servem para facilitar o tipo de confiança que deve existir entre ambos os lados (israelense e palestino) para deixarem de lado suas diferenças de um modo consistente com as preocupações nacionais de segurança do povo israelense e com as maiores aspirações do povo palestino.”
Portanto, para os EUA, as demolições de lares de famílias inocentes e roubos de terras palestinas pelos assentamentos não seriam criminosos e condenáveis, mas apenas tàticamente errados, pouco eficientes.
Obama está, portanto, repetindo George W.Bush que, em 2002,quando um míssil israelense destruiu um apartamento em Gaza, matando 14 civis, inclusive várias crianças, declarou que isso “não contribuía para a paz.”
Não fez qualquer julgamento ético do ataque.
O porta voz da Casa Branca terminou sua fala, assegurando que os EUA continuariam a criticar as ações em foco, mas nem por isso sancionariam o regime de Israel.
Nem pensar.
Segundo Biden, o amor de Obama pelo regime israelense era tanto que, nos seus seis anos de governo, mandou 17 bilhões de dólares a Israel.
E que Deus salve a América, ainda tentando sair da crise.