Paquistão: o dólar fala mais alto.

Em novembro último, as forças armadas dos EUA bombardearam um posto de fronteira do Afeganistão, matando 24 soldados.

Foi o clímax de uma crise que vinha minando as relações entre os dois países.

Depois de indignadas manifestações populares de protesto, os paquistaneses exigiram desculpas e reparações da Casa Branca.

Os EUA iniciaram um inquérito sobre o incidente, mas o governo de Islamabad não esperou sua conclusão. Ordenou represálias: expulsou os americanos de uma base de onde partiam os drones, proibiu que eles continuassem a bombardear alvos no Waziristão e fechou a estrada usada pelas forças da OTAN para transportar suprimentos necessários à Guerra do Afeganistão.

Quando os EUA anunciaram que seu inquérito distribuíra culpas para as duas partes, os militares paquistaneses (que influem muito no governo) enfureceram-se.

Enquanto o governo de Islamabad informava que as relações com os EUA seriam revistas e precisariam ser profundamente alteradas, alguns dos principais generais avisaram que qualquer drone que se atrevesse a voar sobre o país seria alvejado.

Menos de 2 meses depois, tudo estava de novo na santa paz. Os drones voltaram a bombardear o Waziristão, matando ,imparcialmente, talibãs e camponeses incautos. A rota de transporte de cargas para a guerra afegã está para ser reaberta. E os militares paquistaneses abaixaram o tom de voz.

A explicação veio no dia 13 deste mês, quando o Presidente Obama apresentou o projeto do orçamento dos EUA, com uma cláusula, prevendo 2,4 bilhões de dólares para o Paquistão.

 

 

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