Oligarca na marca do pênalti.

Um promotor público de Marselha, França, começa a processar o bilionário russo exilado, Boris Berezovsky, por lavagem de dinheiro.

Segundo o diário La Provence, Berenzovsky usou fundos oriundos de desfalques na empresa russa Aeroflot para adquirir imóveis na cidade Antibes.

As autoridades francesas descobriram uma grande rede off-shore de companhias, paraísos fiscais e transações de empréstimos usados para esconder os recursos fraudados.

Pode ser o começo do fim de um dos chamados 7 oligarcas que ficaram com o filé das empresas privatizadas pelo governo Ieltsin.

A privatização das estatais na Rússia pós-soviética foi marcada por corrupção em alto grau.

Como diz David Satter, em Darkness of Dawn, “o que orientou o processo não foi a determinação de se criar um sistema baseado em valores universais, mas o desejo de introduzir um sistema de propriedade privada, que, na ausência de regulamentações, abriu caminho para a busca criminosa de dinheiro e poder”.

Ex- burocratas dos tempos do comunismo, que constituíam o cercle intime do presidente Ieltsin, usando recursos de origem duvidosa, adquiriram gigantescos conglomerados econômicos a preço de banana, através de processos escusos, contando com o favorecimento das autoridades.

Desta maneira, 70% das empresas russas passaram das mãos do Estado para 20 a 30 indivíduos que se tornaram multi bilionários da noite para o dia.

Sete desses cidadãos, os chamados oligarcas, apossaram-se de empresas líderes dos principais setores – petróleo, bancos, gás natural, níquel e outros minerais – pagando até 1% dos seus valores.

Um deles era Boris Berezovcky.

Aliado a Roman Abramovich, com quem depois brigou, Berezovsky venceu o leilão da Sibnet, empresa avaliada por 2,8 bilhões de dólares, com um lance de apenas 425 milhões.

Comprou também outras grandes estatais, sempre por preços muito abaixo do valor real, entre elas a Logovaz.

Depois de lutarem entre si, inclusive utilizando verdadeiros exércitos particulares, os oligarcas decidiram se unir para manterem seus privilégios.

Tornaram-se um estado dentro do estado, durante o segundo mandato do presidente Ieltsin, quando praticamente controlaram o governo.

Boris Berzerovski, chamado “o padrinho do Kremlin” pelo jornalista Paul Klebnikov , era considerado a eminência parda do presidente.

Eleito presidente, Vladimir Putin conseguiu poderes especiais para enfrentar os oligarcas.

Ele começou amordaçando a mídia, em grande parte dominada por aqueles trilionários.

A seguir tratou de processar criminalmente alguns dos principais.

Khodorkovsky, o mais rico deles, foi preso por sonegação e corrupção e acabou perdendo sua Yukos, a maior petrolífera russa.

Para escapar do mesmo destino, o banqueiro Mikhail Gusinsky (Grupo Most, redes de TV) e  Leonid Nevzlin ( sócio de Khodorkovksky na Yukos) trataram de fugir do país.

Foram presos e condenados: Platon Lebedev (Grupo Menatep) e o ex-deputado Vladimir Dubov ( grande acionista da Yukos). Sobre todos eles pesam acusações diversas como de fraudes, evasão fiscal e corrupção.

Beredovsky conseguiu exilar-se na Inglaterra.

Um tribunal russo já o condenou in absentia pelo desfalque de 2 bilhões de dólares de duas empresas líderes nos seus setores e por lavagem de dinheiro.

Moscou tem pedido sua extradição insistentemente mas as autoridades inglesas ainda não concordaram.

Com a provável condenação no fórum de Marselha, o oligarca parece ter seus dias de liberdade contados.

 

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