A Reforma da Saúde dos EUA, o chamado Obamacare, foi feito , para garantir assistência médica a todos os americanos.
No entanto, aqueles que mais precisam – os que ganham salários mais baixos, poderão não ser beneficiados, ou mesmo prejudicados.
A lei que criou o Obamacare dispõe que todo americano deve ter um plano de saúde, caso contrário terá de pagar uma multa.
Por sua vez, os empresários são obrigados a oferecer esses planos a seus empregados.
De acordo com a lei, a parte a ser paga pelo empregado não pode ser superior a 9,5% de sua renda familiar. Informa a Foundation Family Kaiser, que um plano de saúde custa em média 5.600 dólares anuais, para o funcionário individualmente, e 15.700 dólares quando inclui toda a família.
Ora muitos dos trabalhadores de renda mais baixa não tem como gastar tudo isso. E, pelo mesmo motivo, um número ainda maior terá de deixar a família sem cobertura.
O resultado é que, segundo Bruce Lesley, presidente da ONG First Focus, cerca de 500 mil crianças pobres ficarão desprotegidas, sem contar com as vantagens da Reforma de Saúde.
Inicialmente, o governo Obama pretendia colocar na lei que o estado garantiria assistência financeira a quem não tivesse recursos para pagar pelo plano de saúde da sua empresa.
Mas, houve oposição dos parlamentares e ele teve de retirar essa medida, deixando os mais pobres a perigo.
E tem mais: aqueles que não tiverem dinheiro para pagar seu plano terão de pagar pesadas multas.
Ainda na semana passada, a Receita Federal negou-se a excluir os pobres dessa obrigação.
Para tapar essa brecha no Obamacare, o jeito é os deputados se mexerem e aprovarem lei garantindo ajuda financeira estatal aos sem meios de ter plano de saúde.
Difícil pois, apesar do novo legislativo americano parecer melhor do que o anterior, os republicanos continuam mandando na Câmara dos Representantes.
E eles são totalmente refratários ao aumento das despesas sociais da União.
Ainda que justas e necessárias.