Obama reage contra interferência de Netanyahu.

Até o sempre paciente Barack Obama saiu do sério.

Reporta o jornal israelense Haaretz (23 de janeiro) que, numa chamada telefônica em 12 de janeiro, ele falou para Netanyahu parar de estimular congressistas americanos a proporem novas sanções legais contra o Irã.

Explicou que está procurando fazer um acordo com o Irã que torne impossível um programa nuclear militar. Novas sanções sabotariam as negociações. Se aprovadas pelo Congresso, ele as vetaria.

Tudo isso foi contado ao Haaretz por uma alta autoridade americana que pediu para ser mantida no anonimato.

E tinha razão: trata-se de um caso da mais alta gravidade.

Netanyahu está passando dos limites.

Prerssionar congressistas americanos para aprovarem uma lei radicalmente contrária à política do presidente dos EUA é dose.

Mas o premier israelense nem se tocou.

Uma semana depois, John Boehner, presidente da Câmara dos Representantes, convidou Netanyahu para falar perante os membros das duas casas legislativas.

Justamente durante a época das discussões da lei das novas sanções anti-Irã.

A idéia partiu de chefões republicanos e do embaixador de Israel nos EUA, Ron Dermer.

Não é preciso dizer que Netanyahu topou. Já sabia da idéia, talvez até tivesse sido dele.

Ninguém duvida que ele  vai mandar bala no acordo nuclear com o Irã e bater bumbo pelas novas sanções.

Desafiado, Obama reagiu, declarando através do seu porta-voz que não receberia o líder israelense nessa sua visita.

Comentando o atrevimento de Netanyahu, uma importante autoridade da Casa Branca declarou: “Pensávamos que já tínhamos visto tudo. Mas Bibi conseguiu até nos surpreender. Há coisas que a gente simplesmente não faz. Ele cuspiu nas nossas faces publicamente e isso não é modo de se comportar. Netanyahu deveria se lembrar que o presidente Obama  ainda tem um ano e meio na presidência, e de que haverá um preço (para Bibi).”

De fato, ainda é tempo para Obama abrir os olhos.

Robert Parry no Information Clearing House online(22 de janeiro) foi preciso : “A manobra Boehner-Netanyahu demonstra um total desprezo pela autoridade do presidente na sua condução da política externa americana como prescrito na constituição dos EUA.”

Mais uma vez ficou comprovado: com Netanyahu, não dá para imaginar que se possa resolver o problema palestino com negociações.

 

 

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