Quando a Assembleia Geral da ONU reconheceu a Palestina como estado observador não- membro, o governo de Israel protestou.
De forma muito efetiva.
Reteve os impostos que recolhe em nome da Autoridade Palestina (ainda não entregou) e aprovou a construção de 3.000 novos assentamentos.
Indignação geral!
Europa, ONU, até os EUA protestaram. A nova transgressão israelense praticamente impossibilitava a ideia de negociações diretas, único caminho para se concretizar a “solução dos 2 estados independentes”, aprovada pelo mundo, em Oslo.
Mas a comunidade internacional se satisfez com os protestos.
Não tomou nenhuma atitude.
A reação de Israel foi aprovar mais 1.500 novos assentamentos.
Diante da primeira reação israelense, Mahmoud Abbas, Presidente da Autoridade Palestina, limitou-se a protestar.
Na segunda, bisou seu gesto.
Mas, desta vez, o povo palestino não aceita mais esse tipo de inação disfarçada.
Segundo pesquisa PSR, numa nova eleição presidencial, ele seria derrotado por Hanyeh, primeiro-m ministro de Gaza, por 48% contra 45%.
Diferença pequena mas significativa se considerarmos que, há 3 meses atrás, outra pesquisa mostrava Abbas como provável vencedor por 51% x 40%.
No entanto, ambos seriam derrotados por Mavram Barghouti, caso este se candidatasse pois está preso numa prisão de Israel, desde 2002.
Abbas foi eleito presidente em 2005 para um mandato de 4 anos. Mas ele, arbitrariamente, o aumentou por um período ainda não definido.
Seu partido é o moderado Abbas, que defende a independência da Palestina, através de negociações, rejeitando o uso de armas.
Os EUA e a Europa vêm Abbas com bons olhos, já que se trata de político extremamente concessivo e apegado a seu posto. Além disso, ele já reconheceu o estado de Israel.
Hanyeh pertence ao radical Hammas, considerado terrorista por Israel, EUA e Europa, embora tenha parado de cometer atentados há muitos anos.
Ele não a acredita nas negociações diretas já que, segundo sua avaliação, Israel não está interessada numa paz justa.
O Hamas não defende o uso de armas, mas também não o rejeita. É apenas um recurso que pode eventualmente ser usado.
Não reconhece o estado de Israel, embora em várias oportunidades tenha dado sinais de aceitação.
O Hamas e o Fatah romperam em 2005.
Nos últimos 2 anos foram feitas várias tentativas para fazerem as pazes, todas malogradas.
Agora, mais uma vez, uma nova tentativa de pacificação está acontecendo.
Barghouti pertence ao Fatah, mas é respeitado também pelo Hamas.
Contrário tanto à rebelião armada quanto as negociações diretas, ele defende a resistência civil.
De um modo geral, seria a não colaboração total dos palestinos com Israel, além de outras formas de pressão no plano internacional como boicote de produtos dos assentamentos e denúncia de violências e ilegalidades do exército de Israel.
No começo do ano, ele divulgou de sua cela em Israel um documento defendendo a resistência civil que empolgou muita gente nos dois movimentos.
Até agora nenhum deles, nem Hamas nem Fatah, aprovou essa forma de luta.
O resultado da pesquisa, colocando Barghouti como o preferido para presidente da Palestina, mostra que o povo é favorável à resistência civil.