Os EUA são o exemplo de um país cuja falta de transparência e de controle nas finanças de campanha levou o povo a perder sua confiança no processo eleitoral.
É a conclusão de relatório da “Comissão Global sobre Eleições, Democracia e Segurança”, presidida por Kofi Anam, antigo secretário geral da ONU.
Segundo pesquisa do “Centro Brennan de Justiça da Universidade de Nova Iorque,” 2/3 do povo americano acreditam que os grandes doadores tem maior influência sobre o processo eleitoral do que o público americano em geral.
O relatório da Comissão indica que uma série de decisões da Suprema Corte removeram todas as barreiras, permitindo às corporações fazerem doações sem limite nas eleições.
Com isso, a grande maioria dos cidadãos acha que a política de igualdade foi solapada, dando um poder excessivo às grandes corporações.
Outro ponto criticado foi a introdução da obrigatoriedade da identificação do eleitor por fotografia em documento oficial.
O Centro Brennan diz que 11% dos eleitores não tem documento de identidade com foto.
A nova exigência afasta os pobres das urnas, pois fotos para documentos de identidade podem custar até 25 dólares em alguns estados americanos.
Quem sai perdendo é o Partido Democrata, que costuma ser o mais votado junto às classes de baixa renda.
E a democracia, é claro, na medida em que parte da população, fica fora do processo eleitoral.
Vidar Helgessen, secretário geral do Instituto Internacional pela Democracia e Assistência Eleitoral, diz que os EUA foram citados pelo relatório da comissão da ONU como um exemplo de falhas da democracia no mundo.
No entanto, como a mais poderosa nação do mundo, teriam a responsabilidade de dar um bom exemplo.