Na Alemanha, a população de judeus é pequena.
Igualmente suas contribuições para campanhas eleitorais não pesam muito.
No entanto, o governo alemão favorece Israel de uma maneira especial.
Recentemente, o Egito interessou-se em comprar 2 modernos submarinos Type-209 alemães.
Segundo o semanário Der Spiegel, o governo de Israel protestou, alegando razões de segurança.
Não podia aceitar que o Egito contasse com submarinos de elevado desempenho.
Isso apesar de manter relações diplomáticas com os egípcios e de possuír os submarinos Dolphin, superiores aos pretendidos pelo Egito e, por sinal, também alemães.
Quanto se trata de sua segurança, Israel faz questão de ter as maiores garantias possíveis.
Por exemplo, apesar de possuir 200 armas nucleares se diz ameaçado pelo Irã que não tem sequer uma, nem mesmo demonstrou intenções de produzi-la.
Ao saber das pressões israelenses, o governo do Cairo protestou, afirmou que não admitia que países estrangeiros interferissem nas suas transações.
Mas, não adiantou muito.
Diz o Spiegel que o Governo da Alemanha acabou resolvendo cancelar a transação, pelo menos provisoriamente.
O Ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Thomas de Maizierie, apressou-se a negar que seu país tivesse cedido à pressão israelense.
“Nenhum país do mundo tem o direito de contestar decisões tomadas pelo governo alemão”, declarou ao Frankfurter Rundschau.
A venda dos submarinos será submetida à aprovação da Comissão Federal de Segurança em novembro, acrescentou.
Mas o Der Spiegel notou que o negócio com o Egito já tinha sido anteriormente aprovado pela comissão.
Então, por que outra discussão do assunto?
O Der Spiegel lembra que Angela Merkel teria prometido a Netanyahu não vender armas a países que poderiam ter uma política hostil a Israel.
Outra pista sobre a provável decisão final foi dada pelo próprio ministro. Ele admitiu que o Egito “não está tão estável como eu gostaria”.
Parece que os políticos que governam a Alemanha são ainda fortemente atingidos por sentimentos de culpa pelas barbaridades que seus antecessores nazistas fizeram aos judeus.
Pesquisa do Stern, entre 28 e 31 de maio, mostra que o povo alemão já não é mais sujeito a estas influências.
70% acham que Israel procura seus interesses sem consideração pelos interesses de outras nações.
E 60% discordam de que a Alemanha deva obrigações especiais a Israel devido ao Holocausto.
Depois de levarem seu veto à venda dos submarinos ao Egito, os representantes do governo israelense pediram mais: que todas as vendas de armas alemãs para o Oriente Médio fosse submetida previamente a seu exame.
Aí, não deu.
Explica o Der Spiegel: “Isso constituiria o fim da soberania alemã quanto a assuntos militares e foi considerado inaceitável por Berlin.”