Netanyahu voltou de reunião com Obama proclamando a necessidade de espichar o prazo para as negociações de paz.
Kerry já havia dito a mesma coisa.
E Obama, no fim do mês vai receber Abbas, o presidente da Autoridade Palestina, no fim do mês para pressioná-lo a aceitar.
Todos os três tem bom argumentos: até agora não se chegou a nenhum acordo. No prazo final, em abril, nada deve mudar. Terminam as esperanças de solução negociada da independência da Palestina.
Segundo o jornal israelense Haaretz, Obama deverá perguntar a Abbas: e então? O que os palestinos iriam fazer?
Denunciar Israel Tribunal Criminal Internacional? Pedir ingresso na ONU? Decretar a terceira Intifada?
Em qualquer caso, Netanyahu reagiria pesado. Começando por fechar a Autoridade Palestina, com Abbas perdendo seu agradável emprego e as mordomias colaterais..
Se for para manter suas reiteradas declarações anteriores, o presidente palestino vai dar o contra.
Ele sabe que quanto mais durarem as negociações, mais tempo Netanyahu terá para promover novos assentamentos.
Coisa que ele vem fazendo em ritmo acelerado: em 2013, construiu 123% mais casas em território palestino do que no ano anterior.
Quanto mais territórios ocupados por assentamentos, mais forte Netanyau fica para negociar a área de assentamentos que irão para o Estado da Palestino.
Por isso, Abbas já afirmou vária vezes que não aceita estender o prazo das negociações. De jeito nenhum.
Mas, nas pompas do salão Oval, diante de um Obama enérgico e persuasivo, o fraco líder palestino dificilmente se manterá firme.