Não é só o ISIS que corta cabeças.

A Arábia Saudita também.

Somente em agosto, 26 pessoas foram executadas por esse processo.

Claro, com os terroristas do Estado Islâmico é pior. Eles decapitam gente inocente: somente por serem ocidentais, soldados iraquianos ou muçulmanos xiitas de um modo geral.

No reino do petróleo, há sempre um julgamento legal.

As leis sauditas prevêem uma pena ainda mais pesada do que a decapitação: trata-se da crucificação, aplicada a  crimes mais graves, que “ultrajam a sociedade saudita.”

Um grupo de cinco homens, que praticaram uma série de roubos violentos, foram crucificados em maio do ano passado.

Mas o que preocupa mais os ativistas de direitos humanos é o aumento dos condenados à decapitação.

59, somente nos primeiros 8 meses do ano, de acordo com o Human Rights Watch.

Muitos deles executados por crimes não-violentos ou sem vítimas, como o adultério, apostasia, bruxaria e trafico de drogas.

Há quem acredite que as autoridades de Riadh estejam usando essas execuções como forma de intimidar os opositores e, especialmente, os ativistas de direitos humanos.

De fato, neste mês, Nimr al Nimr, membro da minoria xiita, desfavorecida pelo governo sunita do reino, foi condenado à morte por acusação de “instigar a sedição” durante os protestos de 2011.

Nos últimos dois meses, os tribunais sauditas aplicaram a mesma pena a cinco líderes religiosos ativistas, que participaram de protestos exigindo uma reforma constitucional.

Todos eles foram condenados nos termos da nova lei anti-terrorismo, assim explicada por Joe Stork, vice-diretor do Human Rigths Watch no Oriente Médio e Norte da África :”Transforma quaisquer expressão crítica ou associação independente em crimes de terrorismo.”

Como se sabe, a Arábia Saudita é o segundo maior amigo dos EUA no Oriente Médio (depois de Israel).

Participa ativamente, ao lado dos americanos, da frente pela deposição do governo Assad, em defesa dos direitos humanos e da liberdade e da coalizão anti-Assad, esses selvagens degoladores.

Isso na Síria, porque no próprio reino saudita, nem pensar.

 

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