Netanyahu não pode ir sossegado à Barcelona, conhecer as obras de Picasso e de Gaudí, nem ver as touradas de Madri ou outras grandes atrações turísticas da Espanha.
Um obscuro juiz da corte nacional espanhola acaba de ordenar a prisão do primeiro-ministro de Israel e de mais seis grandes nomes da política de lá. São eles: Ehud Barak – ex-ministro da Defesa; Avigdor Leiberman- ex-ministro do Exterior; Moshe Ya´alon- ex-ministro de Assuntos Estratégicos: Eli Yishai
,ex-ministro do Interior; Benny Begin, congressista e o vice-almirante Maron.
Todos eles responsabilizados pelo ataque à Flotilha da Liberdade, em 2010, que pretendia levar mantimentos, materiais de construção e remédios ao povo do estreito de Gaza, bloqueado rigidamente por tropas de Israel, fato que estava causando os maiores estragos humanitários na região.
O principal barco da flotilha, o Mavi Marmara, que transportava 500 passageiros, foi abordado violentamente por militares das forças de segurança de Israel.
Nos choques que se seguiram, foram mortos nove civis. Um décimo acabou morrendo também por ferimentos causados pelos militares do raid israelense.
O inquérito do exército de Israel, auto-cognominado “o mais ético do mundo”, concluiu pela ausência de fatos que justificassem um julgamento.
As leis espanholas permitem o julgamento de crimes contra os direitos humanos cometidos fora do país mesmo por estrangeiros.
Foi assim que o juiz Baltazar Garson, há anos atrás, ordenou a prisão do ditador Pinochet no Reino Unido e conseguiu que, pelo menos temporariamente, ele fossem mantido na prisão.
O juiz de La Mata segue os passos de Garson.
Infelizmente os indivíduos que ele queria ver no banco dos réus julgados pelos seus atos contra os direitos humanos acabarão ficando livres de prisão como Pinochet ficou.
O governo conservador da Espanha não deve perder tempo em ordenar que o mandado de prisão de Netanyahu e seus seis parceiros seja anulado.
Enquanto isso, o processo movido pela Autoridade Palestina contra caras assim pelo último massacre de Gaza segue avançando a passos lentos, através de obstáculos erguidos pelas chancelarias dos EUA, Israel e outros menos votados.