A aprovação de 3.000 assentamentos na área E-1, que separaria Jerusalém Oriental da Cisjordânia, foi condenada pela comunidade internacional como um golpe possivelmente mortal na “solução dos 2 estados independentes.”
Um futuro acordo de paz entre israelenses e palestinos, com base nas fronteiras aprovadas pela ONU, forçaria a evacuação desses assentamentos. O que seria mais um duro obstáculo a ser vencido.
Mas já no presente alguém será prejudicado: 2.300 beduínos que vivem na região.
Eles são originários do Sul do território de Israel, tendo sido expulsos pelo exército israelense logo após a fundação do país.
Voltaram a ser nômades, como seus antepassados, até se instalarem na Cisjordânia, dedicando-se ao pastoreio.
Justamente no interior da área E-1.
Aos poucos suas terras de pastagens foram se encolhendo, à medida que o exército israelense as ia tomando.
Israel pretende expulsá-los mais uma vez.
Os beduínos terão de mudar-se para uma aldeia próxima de Jericó, fora da área E-1, onde precisarão trocar seu nomadismo por uma vida de camponeses.
Como essa aldeia ainda está habitada por palestinos, parece que eles terão de sair.
Os beduínos, por sua vez, estão cansados de serem jogados de um lado para outro.
Eles esperam que a Europa Unida pressione para que isso acabe.
Difícil de acontecer, as pressões europeias costumam limitar-se a protestos verbais.
Pouco eficazes diante da política israelense.