Há alguns anos atrás, Israel punia famílias de terroristas demolindo suas casas.
Os inocentes pagavam pelos pecadores.
Agora, a história se repete com algumas modificações.
O primeiro ministro Netanyahu reuniu-se com o presidente do Knesset (parlamento de Israel) para analisar possíveis punições para deputados árabes israelenses que visitaram as famílias de indivíduos mortos nos ataques a judeus (Haaretz, 4 de fevereiro).
Netanyahu não deixou por menos: “Membros do Knesset que prestam condolências a famílias de terroristas não podem participar do Knesset de Israel.”
Por sua vez, o ministro de Segurança Pública, Erdan, reuniu-se com o procurador-geral Mendelblit. O tema discutido foi a possível criminalização dos deputados árabe-israelenses por seu ato considerado de apoio aos” assassínios e ao terror.”
Portanto, levar palavras de consolo às famílias de mortos parece que agora é crime em Israel.
O governo as considera culpadas por terem um membro terrorista. Não tem direito de receberem todos que as visitam.
A punição a esses inocentes não fica nisso.
A religião islâmica dispõe que o enterro deve ser no mesmo dia em que a pessoa morreu.
No caso da família visitada pelos deputados, o corpo dos mortos não foram entregues pelas autoridades.
E, para angústia dos familiares, o tempo passa e a situação não muda.
A alegação israelense é que só liberarão o corpo depois que a família oferecer sólidas garantias de que o enterro não será aproveitado por elementos rebeldes para se manifestarem contra Israel.
Considerando o ambiente de ódio que existe entre os árabes de Israel, ninguém pode garantir que o enterro acontecerá de forma tranqüila.
Assim, apesar das reclamações dos familiares e protestos das entidades de direitos humanos israelenses, as autoridades negam-se a devolver os corpos.