Índia entre os EUA e o Irã.

Hillary Clinton e uma delegação iraniana chegaram à Índia ao mesmo tempo.

Enquanto Hillary veio para pressionar, os representantes do Irã (56 deles) vieram para fazer negócios.

A Índia tem uma grande economia, que se encontra numa expansão acelerada de 7% ao ano, exigindo a importação anual de um elevado volume de petróleo.

O Irã é o segundo fornecedor da Índia.

Esta aí a principal razão da visita de Hillary Clinton.

Ela tentou forçar o governo indiano a zerar ou , pelo menos, reduzir em muito suas compras de petróleo do Irã.

Do contrário, ameaçou, a partir de julho o governo do Presidente Obama poderá aplicar sanções contra a Índia, ou seja, proibir o comércio dos EUA com o país de Gandhi.

Por sua vez, os enviados de Teerã propuseram um aumento do comércio entre os indianos e o país deles.

Aparentemente, os iranianos estão se saindo melhor.

O Ministro do Comércio indiano, Arbind Meta, informou que o seu governo ordenou um estudo para se chegar a um acordo de preferência comercial com o Irã. A proposta é aumentar a médio prazo o comércio bilateral, de 14 bilhões de dólares em 2010-2011, para 24 bilhões de dólares.

Quanto à questão do petróleo, o Ministro de Assuntos Externos, S.M.Krishna, declarou numa conferência de imprensa conjunta com Hillary Clinton que a Índia importa e continuará importando petróleo do Irã.

“Haverá mais ou menos petroleo importado do Irã, dependendo da demanda. As companhias petrolíferas é que decidirão. Estas coisas não são monitoradas pelo governo, mas pelas companhias.” O que é um subterfúgio, pois as maiores petrolíferas indianas são estatais.

Para não perder a viagem, Hillary fez mais algumas exigências e reclamações.

Afirmou que as empresas nucleares americanas estavam sendo excluídas do mercado indiano pela legislação que exige que elas se responsabilizem em excesso em caso de acidentes.

Também exortou a Índia a ir além no seu programa de reformas econômicas, embora o chefe dos assessores econômicos do Primeiro Ministro tenha dito no mês passado que não haverá novas reformas antes das eleições de 2014.

Apesar do Irã ter feito o primeiro gol, o jogo ainda não acabou.

É certo que  Índia não é nenhum Afeganistão que cede ao primeiro dólar:: é um país de mais de 1 bilhão de habitantes, com a economia em pleno crescimento.

Mas não se deve subestimar a força de um chefe de governo americano.

Especialmente quando o marketing eleitoral diz que o povo americano gosta de ver seu presidente mostrar quem manda no mundo.

 

 

 

 

 

 

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