Por decreto divino, toda a Palestina deve pertencer a um Estado judeu.
Isto é dogma em Israel e na maioria dos meios judaicos americanos e mesmo entre certos grupos cristãos dos EUA.
E a fonte seria a própria Bíblia.
Apesar de muitos judeus americanos liberais também estarem de acordo, ainda assim todos são favoráveis à criação de um Estado palestino árabe, ao lado do Estado de Israel.
Não, porém, os partidos de direita israelenses, hoje no governo do país. Eles rejeitam violentamente a divisão da Palestina, como verdadeiro sacrilégio.
Relatório da Igreja da Escócia, que existe desde a Reforma protestante do século 16, acaba de contestar o uso da Bíblia para justificar o domínio israelense de toda a região.
Segundo esse relatório, elaborado por comissão especial, a ideia de que a Bíblia “favorecia a existência de um Estado de Israel essencialmente judeu não seria verdadeira.”
O relatório pondera que “a posse de qualquer território é claramente condicionada ao modo com que ela é exercida “.
Portanto, quanto ao presumido direito “divino” de Israel à Palestina: ”Um número crescente de problemas e as atuais políticas de Israel em relação aos palestinos tornavam esse ponto de vista muito questionável.”
Esclarecendo o significado da expressão “políticas atuais do governo de Israel”, o organizador da assembleia, reverendo Sally Foster-Fulton , disse que se tratava das “injustiças perpetradas por causa de políticas do governo de Israel contra o povo palestino.”
Ele também manifestou a posição da Igreja da Escócia, fortemente contrária tanto ao anti- semitismo, quanto à islamofobia, e favorável ao direito dos israelenses viverem seguros em seu país, assim como dos palestinos terem sua independência.
Mas isso não impressionou Daniel Taube, embaixador de Israel no Reino Unido.
Para ele, o relatório “atua em posições políticas extremistas” e “minimiza o profundo apego dos judeus à sua terra de uma maneira realmente nociva.”
Claro, estava na dele.