Já em campanha para as eleições presidenciais de 2016, Hillary Clinton não hesitou em pegar no pé do seu companheiro de partido, o presidente Obama.
Entrevistada pelo notório “falcão” Jeffrey Goldberg, ela fez duras críticas à política americana na Síria.
Segundo a líder democrata, se o governo Obama enviasse muias armas aos rebeldes moderados, eles se tornariam uma força poderosa na revolução síria e os homens de Neaderntal do ISIL nunca teriam vez.
Lembro que, juntamente com o então secretário da Defesa, Leon Panetta, Hillary Clinton quando secretária de Estado, insistiu para que Obama ajudasse militarmente aos oposicionistas moderados, que formam o Exército Livre Sírio.
O presidente jamais topou.
Alguns dias depois da fala de Clinton, Obama explicou as razões de sua atitude, em entrevista a Thomas Friedman :”Esta idéia de que poderíamos fornecer armas leves ou mesmo mais sofisticadas àquela que era essencialmente uma oposição formada por antigos médicos, fazendeiros, farmacêuticos, etc e de que eles seriam capazes de derrotar não apenas um país bem armado, mas também um país bem armado apoiado pela Rússia, o Irã e um aguerrido Hisbolá, nunca esteve em cogitações.”
Seria uma fantasia.
É verdade que a Arábia Saudita e o Qatar embarcaram nessa: encheram de armamentos tanto os “soldados amadores” do Exército Sírio Livre, quanto diversos grupos islâmicos sunitas, estes sim, gente experiente, que deram muito trabalho ao exército de Assad.
O mais forte desses grupos, o ISIL, parte ganhou, parte tomou à força grandes porções dos armamentos providenciados pelos sauditas e catarianos.
E assim tornou-se hegemônico na revolução síria, assumindo o controle de quase todo o território conquistado pelos exércitos rebeldes.
Os moderados nunca tiveram força para se opor a eles, apesar de não lhes faltar o apoio armado da Arábia Saudita e do Qatar.
As críticas de Hillary Clinton à política de Obama na Síria somam-se às vociferações dos principais líderes republicanos do chamado war party (partido da guerra).
Agradam muito aos poderosos lobbies da indústria militar para quem as guerras são um verdadeiro maná.
São boas razões para eles serem generosos no custeio da campanha da candidatura da sra.Clinton à presidência.
É verdade que a opinião pública americana, nas últimas pesquisas, vem se mostrando maciçamente contrária a intervenções bélicas no exterior.
Mas, as eleições presidenciais são daqui a dois anos. Até lá o povo tende a esquecer a beligerância da líder democrata.
Talvez Obama não esqueça.
Reporta o Daily Beast que, há duas semanas, numa reunião com líderes democratas, Obama assim qualificou as críticas à sua política na Síria:
“M…de cavalo (horseshit).”