Para Israel, o Hamas foi o culpado pelas mortes de mais de 1.500 civis palestinos em Gaza.
O movimento palestino teria usado esses civis como “escudos humanos”.
Além de obrigar Israel a bombardear escolas, abrigos de refugiados, hospitais e mesquitas.
Já que, nesses locais, o Hamas teria armazenado armas, instalado bases de lançamento de foguetes e atirado contra os soldados israelenses.
Quando no Conselho de Direitos Humanos da ONU foi proposto um inquérito independente sobre possíveis violações das leis internacionais na guerra de Gaza, a lógica seria Israel bater palmas.
Era uma chance para provar a veracidade de suas acusações.
E assim calar a boca da opinião pública mundial, que anda condenando duramente as ações militares israelenses.
Aconteceu o aparentemente ilógico: os representantes de Israel ficaram violentamente contra o inquérito.
Mas foi aprovado, por 29 países a favor, 17 abstenções e dois contra – Israel e EUA.
Comentando o caso, Yigal Palmor, portavoz do Ministério do Exterior israelense, afirmou: ”O Conselho de Direitos Humanos da ONU há muito tempo tornou-se um ‘conselho de direitos de terroristas’ e uma corte canguru, cujas investigações já estão pré-determinadas”.
Por sua vez, Netanyahu deixou claro que seu governo não colaborará com a investigação da ONU.
Como afirma aquele velho dito popular : “quem não deve não teme”.
Rejeitando o inquérito, Israel demonstra temer que as conclusões criminalizem, não o Hamas, mas o seu próprio exército.
De qualquer modo, atacando a idoneidade de órgãos da ONU, o governo de Telaviv estimula seu isolamento na comunidade internacional.
E alimenta o movimento de boicote a Israel.
Lembro que foi assim que começou a queda do regime de apartheid da África do Sul.