A crise de Gaza parece ter unido o Hamas e o Fatah.
Inimigos irreconciliáveis desde 2005, quando lutaram pelo controle de Gaza, passaram todos os últimos anos se hostilizando.
O Hamas apresentando o Fatah de traidor, aliado de Israel e dos EUA e recebendo em troca acusações de fanatismo e submissão ao Irã.
Por duas ou três vezes foram feitas tentativas de reconciliação. Sempre sem êxito.
Os ataques da aviação, marinha e tanques de Israel contra Gaza mexeram com todos os palestinos.
E na Margem Oeste, que o Fatah em parte administra, o povo manifestou-se repetidas vezes em solidariedade a seus patrícios do Hamas em Gaza.
Os dirigentes locais não ficaram indiferentes. Sentiram, mais do que nunca, a necessidade da união para enfrentarem um inimigo tão poderoso e implacável quanto Israel, apoiado solidamente pelos EUA e quase sempre pela Alemanha e Reino Unido.
Numa manifestação com milhares de pessoas, Fatah e Hamas voltaram às boas.
‘Daqui, anunciamos com os outros líderes que a divisão acabou”, proclamou Jibril Rajoub, alto dirigente do Fatah.
Somou-se a ele, Mahmud al-Ramahi, líder do Hamas: “Depois de hoje, quem quer que fale em divisão é um criminoso.”
Essa união é essencial para a libertação da Palestina pois criará um interlocutor representativo de todo o seu povo para dialogar com Israel e o Ocidente.
Desta vez, a reconciliação será pra valer?