Guerra sectária pintando no Iraque.

Tudo começou em dezembro com manifestações de massa da minoria sunita.

Era um protesto pacífico contra ações do primeiro- ministro Maliki, que estariam afastando os representantes deles de posições importantes no governo.

Os sunitas também queriam a revogação das duras leis anti- terrorismo, usadas pelo regime para perseguir os fiéis desse ramo da religião islâmica. A polícia vinha constantemente prendendo muita gente nas regiões sunitas, sob acusação de terrorismo e ligações com o extinto partido Baath, de Saddam Hussein.

Pressionado, Maliki se propôs a reformar as leis anti- terrorismo, suavizando diversos artigos. Mas a maioria dos líderes sunitas achou que era pouco, não seria suficiente para livrar sua comunidade das ameaças de punições injustas.

Como as manifestações aumentassem e passassem a representar problemas, fechando estradas e paralisando cidades, o primeiro ministro mudou de atitude.

Cumprindo ordens superiores, o exército interveio violentamente. Choques se sucederam contra as multidões de sunitas em várias cidades, especialmente em Hawija e Mossul.

Como resultado da sangrenta repressão, mais de 200 pessoas foram mortas ou feridas somente em 3 dias de conflitos. Neles, segundo observadores, as tropas atiraram indiscriminadamente contra o povo.

Maliki foi à televisão pedindo calma e alertando sobre os riscos de uma guerra sectária, opondo sunitas a xiitas.

Ele tem razão.

Os membros sunitas do gabinete de ministros já renunciaram, desligando sua comunidade do governo. Para ser exato, um deles ainda manteve seu cargo.

Trata-se do vice- presidente, Tarek AL-Hashemi, que fugiu para a Turquia por ter sido condenado à morte, sob acusação de liderar grupos de extermínio.

O julgamento de Hashemi foi considerado injusto e ilegal pelos sunitas, o considerando-o parte de um plano de Maliki para enfraquecer a oposição.

Revoltado com as perseguições, o povo da comunidade sunita começa a enfrentar as forças de segurança. As manifestações já não são mais pacíficas.

Por sua vez, alguns soldados sunitas recusaram-se a atirar nos seus companheiros de religião, preferindo desertar.

Enquanto isso, a Al Qaeda, que também é sunita, multiplica seus atentados por todo o país.

Maliki encerrou sua fala à TV, advertindo que, se necessário, esmagaria a nascente rebelião sunita.

Com isso, só conseguiu por lenha na fogueira.

 

 

 

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