O Exército Sírio Livre (ESL), que o Ocidente apóia, e a moderada Frente Islâmica estão numa guerra particular contra o Exército Islâmico do Iraque e da Síria( franquia da al Qaeda).
Todos são membros das forças rebeldes contra o regime do o presidente Assad.
O grupo pró al Qaeda tomou o controle de várias cidades da região norte, promovendo execuções sem julgamento, torturas, detenções indiscriminadas e outras violências. Além disso, partiu de seus membros atentados à bomba e assassinatos de alguns chefes do ESL.
Daí, o rompimento e os ataques dos dois grupos moderados contra os ultra-radicais, filiados à al Qaeda.
Nos duros combates, houve 274 baixas, sendo 40 civis, 129 milicianos do ESL e 99 milicianos do Exército Islâmico do Iraque e da Síria.
Mas os moderados estão ganhando, tendo expulsado os adversários da cidade de Raqqa.
Esta união do ESL com a Frente Islâmica é pontual mas pode se estabelecer e vir a ser apoiada pelos EUA.
Eles nunca ajudarão os islâmicos que, além de terem assaltado um depósito da ESL, apossando-se de veículos e outros equipamentos fornecidos pelos americanos, tem, entre seus integrantes, o Nussra, também filial da al Qaeda, que está na lista dos terroristas do departamento de Estado.
Mas, caso o ESL e a Frente Islâmica decidam agir em conjunto, provavelmente não faltará apoio americana à surpreendente união.
Já aconteceram os primeiros contactos com esse objetivo, entre ESL e Frente Islâmica, assistidos por oficiais americanos.
O próprio Nussra parece estar aderindo à idéia.
Em declarações públicas, Abu al-Jolani, responsabilizou os ultra-islâmicos pelo conflito.
No entanto, procurou por panos quentes na situação, propondo que as duas partes tratassem de por fim à briga, priorizando sua luta para derrubar o presidente Assad.
Lembro que o objetivo do Estado Islâmico do Iraque e da Síria é constituir um país nessas duas regiões, com respeito estrito às leis do Alcorão, exatamente como foram reveladas na Idade Média.
Já a Frente Islâmica, ajudada pela Arábia Saudita, pretende impor um regime islâmico apenas na Síria. Algo muito semelhante ao que existe no país dos petrodólares.
As duas posições contrastam com a democracia que o ESL deseja para a Síria, nos moldes dos regime dos EUA, Reino Unido e França, seus patrocinadores.
É até possível que, mesmo com projetos de poder diferentes, eles acabem fumando o cachimbo da paz para melhor fazer frente a Assad.
Caso ganhem a guerra civil, eles não devem dar adeus às armas até que um dos três acabe com os outros.