Não foram os alunos, nem os professores ou os funcionários que decidiram entrar em greve.
Foram os próprios responsáveis pelas escolas.
Existem 47 escolas primárias católicas, onde estudam 33 mil crianças, 40% delas com pais palestinos cidadãos de Israel.
No dia primeiro de setembro, início do ano letivo, as escolas apareceram fechadas.
A razão é simples: discriminação.
Enquanto as escolas judaico-ortodoxas recebem financiamento total do governo, as católicas tinham apenas 55% de suas despesas pagas pelo Ministério da Educação.
Há dois anos houve uma inesperada redução, caindo o financiamento público para 34%, sendo cabendo aos pais dos alunos pagar o restante.
Neste ano, sem qualquer razão, o governo resolveu financiar ainda menos: agora somente 29%.
Os responsáveis pelas escolas vem mantendo reuniões com o Ministério da Educação de Israel, pleiteando receber, senão o mesmo que escolas judaicas, pelo menos um aumento nas verbas públicas para poderem continuar funcionando.
Como até agora não adiantou nada, resolveram entrar em greve por prazo indeterminado.
Por enquanto o Ministro da Educação lava as mãos. Não parece a fim de fazer nada.
Por sinal, trata-se de Naftali Bennet, líder do partido “Lar Judeu”, de extrema-direita, totalmente contrário à existência de um Estado palestino.
Apesar deste fato, há esperanças de que em próximo encontro já marcado com o presidente de Israel, o papa Francisco faça um apelo. Que pode ser atendido, especialmente agora, depois que o papa e um importante rabino uniram-se num manifesto pela paz e amizade entre as religiões.