No prazo de cinco anos não será mais possível viver em Gaza.
É a conclusão alarmante da agência de desenvolvimento da ONU.
Seu relatório retrata um presente dramático e um futuro assustador.
A situação econômica, que já era grave, chegou ao nível mais baixo desde a guerra de 1967,quando Israel tomou Gaza do Egito.
Com os quase 10 anos de bloqueio e os três ataques promovidos pelo exército israelense nos últimos seis anos tudo ficou muito pior.
O bloqueio imposto em 2006, “devastou a já debilitada infra-estrutura de Gaza, fragmentou sua base produtiva, não deu condições para uma reconstrução significativa ou uma recuperação econômica, empobrecendo a população de Gaza.”
Sendo mais explícito, o relatório informa que o bloqueio causou destruições em larga escala na economia local, nos bens de produção e na infra-estrutura, afetando muitas instalações fabris, agrícolas, comerciais e residenciais, direta ou indiretamente, através do enfraquecimento da infra-estrutura e profunda escassez de insumos, água, eletricidade, combustível.”
Além disso, as exportações foram proibidas, assim como a importação dos produtos humanitários básicos.
As três invasões, por sua vez, causaram perdas econômicas equivalentes a três vezes o total do produto bruto de gaza.
Somente a invasão de 2014 destruiu ou danificou severamente mais de vinte mil casas de palestinos, 148 escolas, 15 hospitais, 45 centros de saúde, 247 fábricas e oficinas e 300 comércios, enquanto a única usina de energia da região sofreu sérios danos.
Mesmo antes desse conflito, a eletricidade não era suficiente sequer para 40% das famílias e empresas.A água de 90% dos aquíferos da costa (principal fonte de água fresca) era considerada imprópria para beber. Segundo a ONU, se não houver a série de obras necessárias, Gaza não terá água para beber já em 2016.
.Mais informações graves : em 2014, o desemprego atingiu 44% – atingindo especialmente as mulheres jovens, deixando 8 em cada 10 sem trabalho.
E o número de refugiados palestinos, que dependiam da distribuição de alimentos da ONU, subiu de 72 mil no ano de 2000 para 868 mil em maio deste ano.
A conclusão do relatório é que,mesmo que os países enviem todos os recursos financeiros prometidos, não será suficiente para salvar Gaza, caso não sejam empreendidas ações extraordinárias.
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