Com a volta dos social-democratas ao governo sueco e a derrota da coligação direitista, as mudanças chegam ao reino.
No seu discurso de posse no parlamento, o primeiro-ministro Lofven anunciou que iria reconhecer a Palestina como Estado independente.
Será o primeiro país grande da Europa Unida a tomar esta atitude.
Claro, Israel protestou em termos indignados.
Lofven deu explicações lógicas: “O conflito entre Israel e Palestina só pode ser resolvido com uma solução de dois Estados. Uma solução de dois Estados exige reconhecimento mútuo e um desejo de co-existência pacífica. Portanto, a Suécia reconhecerá o Estado da Palestina.”
De fato, reconhecimento mútuo supõe reconhecimento por dois Estados.
Ou, como diz um velho ditado inglês: it takes two to tango (é preciso dois para se dançar o tango).
Pressuroso, os EUA entrou no debate, através da porta-voz Jan Psaki, apoiando a crítica israelense.
Aí ouviu o que não queria ouvir.
“Não cabe a Washington decidir sobre as políticas suecas”, repreendeu a ministro do Exterior Margot Wallstron.
Acompanhando a Suécia, o parlamento inglês pode também apoiar a reivindicação palestina.
Logo na volta do recesso, em 13 de outubro, a Câmara dos Comuns deve votar proposta nesse sentido do deputado trabalhista Grahame Mors.
Sua aprovação é incerta, pois o governo conservador de David Cameron tem se manifestado freqüentemente pró-Israel.
O que já lhe valeu muitas críticas, inclusive de membros do seu partido como a de duas ilustres baronesas: Morris e Warsi, que chegou a resignar de seu cargo no gabinete Cameron.