Gaza: bloqueio das exportações bloqueia a economia.

Em 2007, os dois grupos que lideram o movimento palestino brigaram.

O Hamas assumiu o controle de Gaza, expulsando o Fatah.

O Hamas é inimigo de Israel, não reconhece o estado sionista, quer a volta dos habitantes árabes expulsos de Israel e propõe conseguir seus objetivos pelas armas.

Em tempos passados, promoveu atentados em território israelense, tendo abandonado essas ações há muitos anos.

Reagindo ao controle de Gaza por aqueles querem o fim do estado sionista, Israel mandou bloquear tanto seu litoral, quanto suas fronteiras terrestres.

Navios da marinha israelense passaram a patrulhar o mar em frente a Gaza para impedir a entrada ou saída de qualquer navio.

Pelos dois únicos pontos de passagem entre Gaza e Israel foram instalados postos nos quais soldados israelenses bloqueiam a saída e entrada de mercadorias, deixando passar apenas alguns tipos de bens de consumo.

O argumento usado para esse bloqueio, absolutamente ilegal de acordo com as leis internacionais, seria impedir a entrada de armas ou materiais que poderiam ser usados na fabricação de certos equipamentos militares para o Hamas.

Foi assim totalmente proibido o comercio exterior por mar, enquanto que, por terra, poucos produtos puderam ser exportados e menos ainda, importados.

Como resultado, a partir de 2007, as exportações de Gaza caíram em 97%.

Houve uma melhora em 2010, tendo Telaviv levantado as proibições de uma série de bens.

Mas, nos últimos meses, tudo piorou quando Israel fechou os dois postos de fronteira, em represália a disparos de mísseis a partir de Gaza.

O Hamas, governante da cidade, não negou participação nesses atos, tendo mesmo procurado prender os autores. Mas foi em vão.

Com terra e mar fechados, as exportações de Gaza tiveram outro declínio: em mais 17%- de acordo com a Gisha,ONG de direitos humanos israelense.

As exportações para a Cisjordânia e Israel, que representavam 85% do total, foram praticamente banidas. De acordo com relatório da ONU, enquanto que em 2007, 4.769 caminhões atravessaram a fronteira com cargas para exportação, no ano passado, foram apenas 134.

Devido ao grande número de fábricas fechadas por não poderem exportar, hoje o desemprego em Gaza chega a quase 40%, sendo que ,entre os jovens, já alcançou 60%.

Com tanta gente sem trabalho, nada menos do que 80% da população é obrigada a viver dos subsídios da ONU e outras instituições.

O responsável por esse desastre econômico e humano é, sem dúvida, o governo de Israel.

Dizer que os bloqueios são necessários para impedir a entrada de armas ou materiais para fabricação de armamentos não tem substância. A fiscalização resolveria esse problema.

John Kerry, o secretário de Estado dos EUA, diz que tem um plano para o desenvolvimento econômico da Palestina.

Temo que Gaza seja excluída, sob alegação de que é controlada pelo Hamas, inimigo de Israel e integrante da lista de movimentos terroristas dos EUA.

Como há muito o Hamas não pratica mais atentados, a alegação é furada.

Caso os planos de Kerry deixem o povo de Gaza abandonado à opressão e à miséria, seria trágico.

Com que cara Obama ficaria depois de dizer em seu discurso de Washington que não é verdade estarem os EUA em guerra com os muçulmanos.

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