O número de soldados da OTAN, especialmente americanos, assassinados por soldados afegãos, seus aliados, vem crescendo muito.
Embora não seja comum que, numa guerra, o chamado “fogo amigo” liquide dezenas de militares por ano, os líderes da OTAN e dos EUA não deram muita bola, pelo menos publicamente.
Neste último fim de semana, nada menos de 6 soldados , 4 americanos e 2 ingleses, foram mortos à bala pelos seus colegas do exército do Afeganistão.
Com isso, essa estatística macabra subiu para 51 baixas, em pouco mais de 8 meses, contra 35 em todo o ano passado.
Aí, os chefões militares do Ocidente ficaram com as orelhas em pé.
Enquanto sociólogos e psicólogos foram mobilizados para estudar as causas do problema, o general Martin Dempsey acusou duramente o governo afegão de não fazer nada para evitar essa “fraternal matança”.
“Alguma coisa tem de mudar,” bradou o general.
Ele chamou os contínuos ataques de “uma ameaça muito grande” aos objetivos das forças de ocupação nestes 11 anos que a guerra já durou.
Em termos práticos, a OTAN decidiu reduzir as operações conjuntas de seus soldados com soldados e policiais do Afeganistão.
Pretende com isso, diminuir os riscos de “fogo amigo” e amenizar as tensões causadas pelo vídeo que ofendia o profeta Maomé.
Essa ordem vai retardar o treinamento dos soldados e policiais afegãos e tornar mais difícil o objetivo da OTAN e dos EUA de saírem do Afeganistão em 2014, deixando tropas locais bem treinadas, em condições de enfrentar os talibãs.