O veto do Conselho dos Guardiães do Irã aos 2 únicos candidatos presidenciais oposicionista com chances provocou grandes protestos.
É verdade que Rafsanjani, a esperança dos reformistas, conformou-se. Mas seus adeptos, não.
Entre eles, causou mais ruído a manifestação de Zara Mostafavi, nada menos do que a filha do fundador da república islâmica do Irã, o aiatolá Komeini.
Como se sabe, na sociedade iraniana, as vozes das mulheres não pesam muito.
Mas, quanto a Zara Mostafavi é diferente. Afinal, sendo filha do herói da luta contra o xá e da revolução islâmica, o grande aiatolá Komeini, ela goza de consideração muito especial.
Criticando a desqualificação de Rafsanjani, Zara não mediu suas palavras, em carta enviada ao Supremo Líder, Khamenei.
Praticamente exigiu que ele interviesse, repondo Rafsanjani na disputa eleitoral, a fim de se evitar a formação de uma ditadura.
Foi uma clara indireta para Khamenei.
Como o novo presidente seria fatalmente um adepto dele, já que somente seus fiéis seguidores foram qualificados pelo Conselho de Guardiães, é claro que os poderes do Supremo Líder, que já são imensos, passariam a ser totais.
Tudo indica que é exatamente o que ele deseja.
Ao defender que Khamenei também retirasse o veto a seu candidato, Mashael, Ahmadinejad descreveu o ato do Conselho de Guardiães como “opressão”.
Ironicamente, pois todo mundo sabe que o conselho não faz nada sem o “cumpra-se” do Supremo Líder.
Ahamadinejad também declarou: “Tenho esperança que o problema será solucionado.”
Estava de brincadeira.