Ferido e caído no chão, palestino é morto e tiros por médico militar israelense.

Nessa onda de esfaqueamentos, um jovem palestino na Cisjordânia tentou atacar soldados israelenses.

Ferido a tiros, ele caiu e foi desarmado. Sem forças, permaneceu estendido no chão.

Foi quando aproximou-se um médico militar e o matou tiros.

Tudo foi filmado por um palestino que observava a cena.

Esse assassinato causou um verdadeiro turbilhão em Israel. Tema de discussão nas ruas e na mídia social. Políticos, jornais e personalidades de direita tomaram a defesa do médico. Diversos grupos organizaram passeatas em seu apoio, o chamando de “herói nacional”.

E uma pesquisa do Canal 2 revelou que a maioria dos judeus israelenses, 57%,  achava que o médico militar não deveria ser processado, sequer preso. Apenas 32% apoiavam sua detenção.

Entrevistado, o ministro da Defesa Moshe Ya´alon teve a coragem de desafiar a opinião pública, afirmando que o médico não era um herói por violar as regras de combate e que a extrema-direita parecia desejar “um exército brutal que tinha perdido sua coluna dorsal”.

Apesar das críticas ferozes feitas a Ya´alon até por ministros, o médico militar foi a julgamento.

Alegou auto-defesa pois temia que o palestino tivesse uma bomba escondida.

Não deu!

Outreos soldados presentes à cena disseram ter ouvido o assassino falar: “O terrorista está vivo e precisa morrer.”

O vídeo revelou que o palestino estava tão ferido, e ainda por cima desarmado, que não jamais ameaçar alguém.

Apesar dos fatos serem definitivos, o juiz militar os considerou “inconclusivos” e desclassificou a acusação de “assassinato doloso” para “morte involuntária.”

Ou seja, o militar de Israel matado um inimigo indefeso sem querer.

O relator especial da ONU para execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias ficou chocado com essa incrível decisão..

Afirmou que “as imagens (do vídeo) revelavam todos os sinais de um claro caso de execução extrajudicial.”

Na mesma ocasião, o senador Patrick Leahy e outros congressistas pediram ao Departamento de Estado dos EUA que investigasse acusações de execuções extrajudiciais praticadas por forças israelenses.

O pedido menciona denúncias da Anistia Internacional e outras ONGs, que acusam o exército de Israel de torturas contra presos, citando o caso de Wasin Marouf.

Prisioneiro sob acusação de tentar esfaquear um soldado israelense, Marouf mostrou a uma visita seu corpo marcado por 28 queimaduras de cigarros, nos braços, peito e costas.

Nada disso foi novidade para os congressistas americanos pois tanto na casa dos Representantes quanto no Senado já foram apresentadas denúncias comprovadas de torturas pelo exército e forças de segurança israelenses.

De acordo com a lei Leahy os departamentos de Estado e de Defesa não podem prestar assistência militar a nações implicadas nesse tipo de práticas.

Israel jamais foi punido.

Pelo contrário, recebeu, durante os últimos 10 anos, 30 bilhões de dólares em armamentos americanos e está negociando um acordo para receber ainda mais durante a próxima década.

Nos EUA, Israel segue acima da lei.

Até quando?

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