Tradicionalmente, são as classes média e pobre quem paga os custos dos planos de recuperação da economia dos países em crise.
Isso começa a mudar na Europa.
Em referendo, 2/3 do povo suíço votou a favor da concessão aos acionistas das instituições financeiras o direito de decidir sobre salários e bônus dos executivos.
Até então os próprios beneficiários é que decidiam sobre isso e todo mundo sabe os abusos que cometiam, tanto na Europa quanto nos EUA.
Passando a bola para os acionistas eles não irão permitir estravagâncias com seu dinheiro.
Esse fato foi largamente noticiado no Brasil.
O que não foi é que a Suíça não ficou nisso: deve, em breve, promover outro referendo cuja proposta é limitar os salários e bônus de executivos de empresas de qualquer setor, não só do bancário. Não poderão exceder 15 vezes o salário médio dos respectivos funcionários.
E, no fim de fevereiro, a União Europeia tomou uma decisão que vai atingir os bolsos dos executivos bancários de todos os países do continente.
A partir do ano que vem, seus bônus deverão, no máximo, igualar o total do seu salário anual.
Somente poderão ser maiores caso isso seja permitido expressamente pelos acionistas do banco. E ainda assim terão de ser inferiores ao dobro do salário.
Ainda há muita gordura a ser queimada no setor dos rendimentos dos executivos no mundo desenvolvido.
Por exemplo: segundo a revista Fortune, nas 500 maiores empresas americanas, os salários dos executivos são cerca de 545 vezes maiores do que a média dos funcionários.
Em matéria de desigualdades, os EUA ainda dão mau exemplo aos países mais pobres do Sul.