EUA e Rússia disputam Síria.

Bem que Hillary Clinton tentou envenenar a reunião Obama-Putin no México.

Sua denúncia, às vésperas do evento, de que a Rússia estava fornecendo helicópteros avançados ao governo sírio, deixava Putin mal.

Ele estaria com isso, segundo a belicosa Hillary, promovendo “…dramaticamente a escalada do conflito.”

A Russia logo negou, afirmando que eram  helicopteros sírios antigos que tinham apenas sido reformados na Rússia.

E o próprio PENTÁGONO acabou desmentindo Hillary, informando que tudo fora um mal-entendido.

Os russos aproveitaram a deixa para afirmar que a denúncia furada da Secretária de Estado poderia envenenar o clima da reunião entre os dois presidentes.

Mas não foi o que aconteceu.

Obama e Putin emitiram um comunicado conjunto bem comportado e amigável, que concluía: “Estamos unidos na crença de que o povo sírio deveria ter a oportunidade de independente e democraticamente escolher o seu próprio futuro.”

Até aí tudo bem.

Mas, em que condições o povo seria chamado a se manifestar?

Não com Assad na presidência, como Obama já deixou bem claro, há muito tempo, quando afirmou que ele perdera a legitimidade, o direito de governar. E teria de sair o quanto antes.

Com isso, não concorda Putin. Pois é sabido que o Presidente sírio jamais aceitaria ser escorraçado do poder, sem mais conversa.

A implementação da solução de Obama, certamente, só seria possível mediante intervenção estrangeira, que forçasse Assad a renunciar.

No máximo, Putin topa eleições, talvez presididas por Assad, talvez por seu vice, sendo Assad um dos candidatos.

Nada disso Obama toparia, ainda mais em tempos de eleição, tendo o Partido Republicano atento para acusá-lo de fraqueza, ao menor sinal de recuo em sua anterior condenação de Assad às penas do inferno.

É claro, ainda é preciso analisar a questão sob o ponto de vista da política externa.

A Síria de Assad é grande aliada da Rússia, que possui uma base naval no país.

É também bastante próxima ao Irã.

Tanto Irã quanto Síria são inimigos de Israel.

Inimigos dos EUA, portanto, especialmente,  em tempos de eleições presidenciais.

Com isso, nem Putin, nem Obama abrem mão de suas posições e a Síria continua sofrendo uma guerra civil, sem perspectivas de acabar tão cedo.

 

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